Em caldeirão, Brasil bate EUA e tem campanha fantástica no Grand Prix

Em caldeirão, Brasil bate EUA e tem campanha fantástica no Grand Prix

Jaqueline e Camila Brait comemoram ponto durante a vitória brasileira sobre os EUA | Reprodução
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Quando se junta um time com jogadoras campeãs que se entregam em quadra a cada ponto e sabem jogar no embalo de uma empolgante torcida que transformou o ginásio paulistano do Ibirapuera em um verdadeiro caldeirão com 10.315 fanáticos, o resultado só pode ser uma sequência sensacional de vitórias sobre fortes oponentes. Um dia depois de atropelar a potência Rússia, a seleção brasileira despachou neste domingo os Estados Unidos, que vivem uma bela fase, pelos mesmos 3 sets a 0, agora com parciais de 25/20, 25/22 e 29/27. Assim, o Brasil fechou a etapa brasileira do Grand Prix com três vitórias e nenhum set perdido. Um resultado que coloca a equipe na condição de favorita para lutar pelo seu décimo título da competição anual entre países. São seis triunfos em seis jogos nesta edição e a liderança da fase de classificação.

O resultado positivo também tem um significado especial para a seleção brasileira. As meninas não engoliam ter perdido os quatro amistosos entre as nações no mês passado, nos Estados Unidos. Assim como já havia acontecido na arrasadora vitória sobre a Rússias, as meninas douradas também deram um recado para as americanas: vão ter de jogar muito para impedir que a seleção feminina conquiste o seu primeiro título mundial, na competição que vai ser disputada entre 23 de setembro e 12 de outubro, na Itália. Antes disso, porém, segue o Grand Prix, e brasileiras e americanas voltarão a se enfrentar já na próxima sexta-feira, na abertura da etapa tailandesa, em Bangkok. Na sequência, as adversárias das comandadas do técnico José Roberto Guimarães serão República Dominicana (sábado) e a Tailândia (domingo).

- Foi uma vitória muito importante sobre os Estados Unidos, porque foi uma partida em que poderíamos ter vencido ou perdido, tamanho o equilíbrio em determinados momentos do jogo. Nós soubemos jogar bem os pontos decisivos e temos que comemorar essa vitória sobre um dos times mais fortes que podemos enfrentar - disse Zé Roberto.

Como tem sido praxe, o jogo coletivo brasileiro foi determinante para mais um triunfo. A levantadora Dani Lins soube distribuir bem as bolas de ataque para as suas companheiras, distribuindo a pontuação entre Thaisa (12), Sheilla (10), Fabiana (10), Fernanda Garay (8) e Jaqueline (8). A própria Dani fez cinco pontos.

O jogo

O Brasil saiu atrás do placar, mas logo demonstrou que ia saber usar o embalo conquistado com a arrasadora vitória sobre as russas no sábado. Pressionadas, as americanas passaram a cometer deslizes. E dos oito primeiros pontos brasileiros, cinco foram de erros dos Estados Unidos. Até então, tamanha a concentração, a seleção não havia cometido nenhum erro. E esse desequilíbrio era determinante para que as brasileiras fossem entrando no jogo e passando a se soltar mais em quadra. Dani Lins passou a distribuir mais a bolas, buscando as extremidades da rede, principalmente com Fernanda Garay e Sheilla. Porém, a levantadora não estava conseguindo passar com tanta precisão e isso fazia com que as atacantes precisassem se desdobrar bastante para pontuar. Por conta disso, as americanas acabaram encostando no placar (16 a 14). 

Em um tempo técnico, Dani foi bastante cobrada por suas companheiras e pelo técnico Zé Roberto. A bronca fez muito bem, pois ela reagiu e passou a dar bolas açucaradas. Ótimo para Sheilla, Jaqueline e Thaisa, que cravaram bolas importantes na quadra adversária. Vale ressaltar também a evolução da defesa brasileira ao longo do set. A líbero Camila Brait salvou boas bolas, armando contra-ataques mortais. Quando tantos fatores positivos envolvem o Brasil, o resultado é vitória: 25/20, em 28 minutos de jogo.

As americanas iniciaram o segundo set conseguindo imprimir mais velocidade, fazendo enfim uso da sua maior arma de jogo.  Dificultando a defesa tupiniquim, as visitantes geraram a impressão de que a segunda parcial seria mais equilibrada. Porém, novamente aos poucos, a seleção brasileira foi se encontrando em quadra e passando a virar bolas nas pontas e também a acertar o seu bloqueio, que amortecia os contra-ataques ou resolvia a questão na hora, com Thaisa, Garay ou Sheilla. Mesmo forte no ataque, a seleção não conseguia se desgarrar muito no placar. Principais atletas americanas, a central Akinradewo e a oposta Murphy eram as que mais incomodavam o domínio brasileiro. E foi a segunda que fez o ponto que determinou o empate em 18 a 18, fazendo Zé Roberto pedir tempo. 

A partir daí, foi pau a pau, com alguns pontos sendo cedidos por erros de saque, mas com boas jogadas de ambos os lados. Como não é tão vencedora por acaso, a seleção brasileira soube ser melhor na reta final do set, abrindo 23 a 22 e, com erro de Larson, conseguiu o set point. Demonstrando a qualidade das reservas, Natália sacou muito bem, complicando o passe americano. E, no contra-ataque, a oposta Tandara cravou na quadra a bola que determinou os 25/22 que fizeram o Brasil abrir 2 sets a 0.

Tal qual na segunda parcial, as americanas foram que ditaram o ritmo no início do terceiro set. Com velocidade e aproveitando que as bolas de Murphy, Larson e Akinradewo estavam sendo eficazes, os Estados Unidos soltaram o braço e lideraram o placar nos primeiros dez minutos. Só que o jogo brasileiro voltou a encaixar. E, quando isso acontece, não há rival no mundo que segure o ímpeto das atuais bicampeãs olímpicas. Dani Lins conseguiu voltar a varias bastante as suas jogadas e deu ótimas bolas para as outras meninas. Quem mais aproveitavam eram Thaisa, pelo meio, e  Sheilla, que mantinha o ótimo momento apresentado contra as russas no dia anterior. Novamente, as americanas tiveram chance de passar à frente. Mas nestes últimos dias, para vencer um set que fosse do Brasil era necessário jogar em altíssimo nível durante uma parcial inteira. E os EUA não conseguiram isso. Chegaram a ter 22 a 21 no placar, mas fraquejaram e viram novamente as meninas douradas atuarem com frieza e categoria nos momentos decisivos. E o último set foi longo, só vencido com paciência e categoria por 29/27. Mais um 3 a 0 sobre uma potência. E o Brasil segue mais forte do que nunca no vôlei feminino.






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