Fla: Festa do novo presidente tem chope e ironias a Patricia

Eduardo Bandeira de Mello celebra triunfo nas eleições em bar do Leblon e evita cantarolar ofensas de seus aliado à atual mandatária

Eduardo Bandeira de Mello comemora saboreando um chope gelado com os amigos | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Por volta de 0h15m desta terça-feira, Eduardo Bandeira de Mello girou a roleta de saída da Gávea. Pegou o carro para um trajeto curto. Dirigiu por cerca de 300 metros e cruzou as ruas Gilberto Cardoso e Fadel Fadel, ambas cujos nomes homenageiam ex-presidentes do Flamengo. Certamente um trajeto que ele percorreu centenas de vezes nos 34 anos de vida associativa. Mas, ao estacionar o carro, o administrador de 59 anos descobriu que as coisas mudaram.

Poucos minutos antes, emocionado, agradeceu a Zico e à torcida pela vitória na eleição presidencial. Mas só quando ultrapassou os muros altos da sede teve o primeiro contato com a vida real que o acompanhará no próximo triênio (2013 a 2015). Os familiares o aguardavam em uma pizzaria. Mas nem só de conhecidos e amigos seria a recepção.

Torcedores rubro-negros e militantes da Chapa Azul também estavam no restaurante e vibraram como se fosse um gol quando avistaram o novo presidente. Em vez dos 1.414 votos que recebeu no pleito desta segunda-feira, Bandeira terá de lidar com, segundo dados do Ibope, mais de 30 milhões de torcedores. Com eles, esperanças, expectativas e cobranças.

No primeiro encontro, deixou de ser o Dudu, o Edu, o Bandeira, como os amigos costumam chamá-lo. Passou a ser simplesmente o ?presidente?, o ?cara que trará dias melhores ao Flamengo?. Sorriu diante da novidade.

Depois de um dia estressante, maçante, recebeu dos filhos e da esposa um chope gelado, com colarinho, para brindar. Saboreou, acenou para as mesas que o saudavam e seguiu adiante em direção a um bar no Leblon. Pediu, educadamente, para não dar entrevista. Mais 100 metros e outro encontro com parte da cúpula da badalada Chapa Azul.

Sentou-se em uma mesa cujo fundo trazia, curiosamente, uma faixa sintomática: ?Fora Patricia Amorim?. Entre um chope e outro assistiu às manifestações hostis contra a atual presidente. Se dentro do clube houve moderação para evitar tumulto com a chapa derrotada, na vizinhança sobrou espaço para provocações.

Primeiro, ofensas à diretoria que se despede do clube no fim do ano: ?Olha, olha a corja indo embora?, berraram os torcedores. Posteriormente, Patricia virou o alvo, e os azuis lembraram do fracasso dela na reeleição da Câmara e do Flamengo: ?Uh, tá maneiro, seguro desemprego? e ?Ão ão ão, aula de natação?.

Por fim, o choro da dirigente também foi ironizado: ?E ninguém cala esse chororô, chora a Patricia, chora o Cacau (vice do Fla-Gávea), chora o tricolor (Fernando Sihman, marido da presidente e torcedor do Fluminense na adolescência)?

Desfraldada entre dois postes e observando a festa estava uma bandeira rubro-negra. Nela, estampada uma caricatura de Zico, um dos grandes protagonistas da eleição. Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos ? o candidato inicial dos azuis, mas que foi impugnado no Conselho de Administração ? posaram para imagens à frente do símbolo. Eles sabiam da importância que o apoio do ex-craque teve para o êxito da Chapa Azul.

- Se estou aqui, é por causa do Zico ? disse Bandeira, que usava uma camisa retrô do maior ídolo rubro-negro.

Por volta de 2h, Bandeira deixou a comemoração. Saiu sozinho pelas ruas do Leblon, sem ninguém para incomodá-lo. Voltou a ser Dudu, mas ciente de que a partir de agora mais de 30 milhões caminham ao seu lado.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES