Iraniana é presa após tentar assistir partida de vôlei masculino e federação internacional critica ação policial

Presidente da Federação Internacional de Vôlei critica prisão de iraniana detida por tentar ver jogo de homens no país

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Presa | Reprodução
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A prisão da iraniana Ghoncheh Ghavami, detida em Teerã, capital do país, por tentar assistir um jogo de vôlei masculino entre a seleção local e a Itália, em junho deste ano, gerou fortes críticas por parte do presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).

Em entrevista ao programa “Redação SporTV”, do canal por assinatura SporTV, o brasileiro Ary Graça afirmou que a prisão da iraniana, que também tem nacionalidade inglesa, deixa a FIVB "em dificuldade de querer fazer novos eventos no Irã no futuro na medida em que estamos comprometidos com a inclusão".

A justificativa do governo iraniano para prender Ghavami é que, ao tentar assistir a partida, ela fez uma propaganda contra o governo do Irã – de acordo com as leis da Revolução Islâmica de 1979, é proibido mulheres assistirem a partidas de futebol e vôlei disputadas por homens.

"Não entra na nossa cabeça excluir mulheres. É o mesmo que excluir raças. Não tem que excluir ninguém. Tenho impressão de que teremos dificuldade para o futuro. Apesar de já termos acertado antes, temos o Campeonato Asiático em Teerã. Estamos em contato permanente com Humans Right para convencer que eles têm de mudar o procedimento deles, assim como o Comitê Olímpico Internacional", ressaltou Graça, que comanda a entidade máxima do vôlei desde 2012.

O dirigente brasileiro também afirmou ter enviado uma carta ao presidente do Irã, Hassan Rohani, pedindo uma intervenção do governo local na questão, sem ter, no entanto, obtido qualquer resposta.

“Essa moça está presa. Ela queria ver um jogo de vôlei, e esse foi o crime que cometeu. Isso é um absurdo no nosso ponto de vista. É uma mentalidade de neandertal. Não tem cabimento no dia de hoje", disse Graça.

A iraniana foi detida no dia 20 de junho após se manifestar, junto com outras manifestantes, do lado de fora do ginásio onde atuava a seleção iraniana, pelo direito de mulheres poderem assistir a partidas disputadas por homens.

A estudante de Direito na Universidade de Londres e graduada na Escola de Londres de Estudos Orientais e Africanos (SOAS), de 25 anos, foi liberada após pagar fiança, mas voltou a ser presa dez dias depois, quando retornou à delegacia para reivindicar seus objetos pessoais. Sua sentença, definida no último domingo (2), foi de um ano de detenção.

Na segunda-feira (3), o irmão da jovem, Iman Ghavami, disse que ela iniciou uma greve de fome no sábado.

Apesar da indignação do presidente da FIVB com o assunto, está descartada uma punição à Federação Iraniana de Vôlei.

Há atualmente, porém, uma mobilização internacional pela libertação da iraniana. A campanha #FreeGhonchehGhavami ("Libertem Ghoncheh Ghavami"), já recolheu mais de 700 mil assinaturas. Anistia Internacional também pede sua libertação.

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