Médicos admitem que Lais Souza pode não voltar a respirar sozinha

Junta médica que cuida da atleta brasileira explica que houve deslocamento total da terceira vértebra da coluna, responsável pela respiração.

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Médicos admitem que Lais Souza pode não voltar a respirar sozinha | Reprodução
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As duas intervenções cirúrgicas realizadas na esquiadora brasileira Lais Souza, nesta quinta-feira, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, foram bem-sucedidas, mas o drama da atleta continua. Os médicos que cuidam dela não escondem que sua condição segue crítica. A equipe composta por profissionais brasileiros e americanos admitiu que Lais pode nunca mais voltar a respirar sozinha, sem ajuda de aparelhos. Internada desde a última segunda, quando sofreu um acidente enquanto esquiava em Utah, às vésperas das Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, a atleta recebeu nesta quinta a primeira visita da mãe Odete Souza, que preferiu não falar após o encontro com a filha no hospital.

A esquiadora teve um deslocamento completo da terceira vértebra da coluna e seu estado atual é de choque medular, uma suspensão transitória da função da medula espinhal abaixo do nível da lesão. Como a vértebra lesionada é responsável pela respiração, Lais depende 100% de aparelhos para manter o pulmão funcionando, pois não consegue movimentar os músculos da região. Segundo os médicos, ela corre risco enquanto não puder respirar por conta própria, o que depende de sua recuperação e em alguns casos acaba não ocorrendo, com o paciente necessitando de respiração artificial enquanto viver.

A neurologista Holly Ledyard, da Universidade de Utah, foi bastante clara sobre as possibilidade de Lais Souza voltar a praticar esporte. Sem ter como fazer um diagnóstico preciso sobre um quadro futuro, o que não pode acontecer enquanto a brasileira estiver em choque medular, Holly foi sincera.

- Eu não quero dizer que não, pois quero confiar no contínuo avanço da medicina - frisou a americana.

Não há previsão, inclusive, de quando Lais poderá retirar os dois tubos instalados nesta quinta-feira. Através da traqueostomia, ela recebeu uma abertura na traqueia para facilitar a respiração. E na gastrostomia foi colocada uma sonda alimentar.

De acordo com a junta médica que cuida de Lais, que conta também com o médico brasileiro Antônio Marttos Júnior, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a atleta chegou ao hospital em Utah às 13h, horário local. O primeiro procedimento dos médicos foi tentar realinhar sua coluna com peso. Na tentativa, uma espécie de faixa é colocada na testa do paciente. Sem sucesso, a intervenção cirúrgica só terminou no início da madrugada, por volta de uma hora da manhã, quando foram colocados pinos para sustentação e realinhamento da coluna.

Lais esteve sempre consciente e surpreendeu os médicos por sua força e determinação. Em alguns momentos reclamou de dor, como na traqueostomia, mostrando estar ativa. No momento, não existe qualquer plano de remoção ou transferência da atleta para outro hospital. Em Utah, o centro especializado em neurologia dispõe dos melhores tratamentos possíveis no mundo.



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