Mundial: Cuba vence e Brasil termina em 2º no grupo

Com a derrota, o Brasil se despede de Verona e passa a jogar em Ancona.

Brasil perde para Cuba | Globo Esporte
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Quando Cuba vencia por 10/8 no tie-break, a música escolhida por Dante e Rodrigão ganhou os alto-falantes do ginásio Palaolimpia, em Verona: ?Sonhar não custa nada, o meu sonho é tão real?. De fato era real, mas escorreu pelos dedos. Em jogo espetacular nesta segunda-feira, o Brasil caiu no primeiro set e venceu os dois seguintes, mas permitiu outra virada de Cuba e viu escapar a liderança do grupo B no Mundial da Itália. A vitória por 3 a 2 (34/32, 18/25, 23/25, 25/21 e 15/12) faz os centro-americanos avançarem invictos. À equipe verde-amarela, resta encarar a estrada mais difícil para o tricampeonato, com as fortes Bulgária e Polônia no caminho.

- Nos apresentamos bem. Foi o nosso melhor jogo até agora. Mas a derrota acontece. Não podemos nos desesperar. Cuba jogou bem, mereceu a vitória. Temos que aprender com essa derrota ? explicou Bernardinho, que maltratou as muletas durante toda a partida.

Com a derrota, o Brasil se despede de Verona e passa a jogar em Ancona. No grupo N, vai disputar com búlgaros e poloneses - candidatos a medalha - as duas vagas para a terceira fase. Se tivesse vencido Cuba, a seleção enfrentaria Sérvia e México em Milão. A boa notícia para o Brasil é que, pesar da força do elenco, a Bulgária já perdeu duas vezes no Mundial, para França e República Tcheca. A Polônia avançou invicta.

Diante de 7 mil torcedores nesta segunda-feira - a maioria torcendo contra - o Brasil sofreu com os garotos cubanos. Fernando Hernández, de 21 anos, marcou 28 pontos, e o fenômeno Leon, de 17, contribuiu com 24. Foi a mesma pontuação do brasileiro Murilo, que deixou a quadra com cãibras. Dante e Leandro Vissotto também tiveram boas atuações, mas não evitaram a derrota.

O primeiro set mostrou que a torcida italiana estava diante de um legítimo Brasil x Cuba. Os centro-americanos dominaram a metade inicial, mas os brasileiros acertaram o saque aos poucos e viraram para 10/9. A alegria durou pouco. Beirando a perfeição no ataque, os cubanos logo retomaram o controle da partida, abriram três e forçaram Bernardinho a parar o jogo. O técnico esqueceu as muletas e levantou para gritar com o time, sem economizar nos palavrões. A bronca deu certo, e a seleção se acertou. Com um bloqueio triplo, igualou o placar em 20/20.

Com 23/23, Dante sacou na rede e deu aos cubanos a chance de fechar a parcial. O presente voltou com um serviço para fora. A seleção tomou a frente quando Rodrigão ergueu a barreira na rede e fez 26/25 no bloqueio. Com a tensão no ar, uma troca de saques para fora esticou o placar do set. O equilíbrio se arrastou até parar num bloqueio de Simon, que fechou em 34/32.

O Brasil começou o segundo set tentando desmentir um retrospecto histórico: a facilidade cubana de jogar com o placar a favor. No início da parcial, foi difícil segurar a ?boiada desenfreada?, como tinha definido Dante na véspera. Mas não foi por muito tempo. O placar logo pulou para 10/6 a favor do time de amarelo.

Quando Bruninho correu pra buscar uma bola quase na torcida, o técnico-pai arregalou os olhos. Com apenas um levantador no elenco, Bernardinho respirou aliviado ao ver que o filho freou antes da placa de publicidade. Foi esse Brasil ao mesmo tempo consciente e agressivo que dominou o set com facilidade. Após ver Murilo fazer oito pontos, coube justamente a Bruninho fechar o placar, explorando o bloqueio adversário: 25/18.

Sempre sob o comando de Leon, que voava em quadra, Cuba tomou a dianteira no início do terceiro set. As muletas de Bernardinho sofriam com a irritação do técnico. Com Dante e Murilo jogando bem, o técnico manteve Giba no banco, a exemplo do que tinha feito contra a Espanha. Mas o Brasil não conseguia chegar. O adversário chegou a abrir cinco pontos e controlou a vantagem durante a parcial. Era Murilo que segurava a onda ? àquela altura, ele já tinha incríveis 21 pontos. Foi numa bola dele explorando o bloqueio que o Brasil finalmente encostou. Vissotto completou o serviço com três pontos seguidos para colocar a seleção à frente: 19/17.

O oposto sentiu o bom momento e passou a virar todas as bolas para a equipe verde-amarela. Com o saque e o contra-ataque funcionando bem, a torcida acordou em Verona. E no embalo dela, o time controlou a parcial até o fim para fechar num saque espetacular de Lucão: 25/23.

Cuba não era só Leon. Aos 21 anos, Hernández cresceu na partida e complicou as coisas para o Brasil no quarto set. Com direito a lance emblemático: ele defendeu uma bola quase impossível, caindo para trás, com a mão esquerda para o alto. Não satisfeito, gesticulou para pedir o levantamento, foi para o ataque e empatou o placar em 14/14.

A jogada deu moral aos cubanos, que passaram a ditar o rimo da parcial e abriram três de vantagem. Bernardinho, mesmo de bota ortopédica, chegou a se jogar no chão para sair do caminho de Theo, que buscava uma bola perdida.

Quando Cuba vencia por 21/19, Giba tirou o agasalho e foi para a quadra no lugar de Murilo, que saiu sentindo cãibras e ficou sentado no chão, fazendo alongamento. Não adiantou. A equipe centro-americana manteve a cabeça no lugar e, no saque de Leon, fechou em 25/21.

O tie-break viu um Brasil tenso, sem conseguir emplacar seus saques. Apesar de ter aberto 3/1 no início, o time não conseguiu segurar a pressão cubana. Quando o rival abriu 10/8, Bernardinho bateu as muletas no chão com força. Foi neste momento que a música escolhida por Rodrigão e Dante ganhou os alto-falantes: ?Sonhar não custa nada, o meu sonho é tão real?. Não era. A tentativa de reação esbarrou em Leon, que fechou o jogo num ataque perfeito na ponta. Com autoridade de gente grande, fecharam o tie-break em 15/12. Com jeito adolescente, festejaram sem cerimônia dentro da quadra.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES