Nadadora brasileira se tornou a maior medalhista da história

Ela superou doença rara, se tornou a maior medalhista da história da maratona aquática em Mundiais e agora mira o ouro nas olimpíadas de Tóquio 2020.

| Divulgação/Satiro Sodré
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A nadadora Ana Marcela Cunha, que fez história na terça-feira, em Gwangju, na Coreia do Sul, ao vencer a prova dos 5km da maratona aquática feminina do Mundial de Esportes Aquáticos, superou um drama pessoal antes de se tornar a maior medalhista da modalidade em mundiais. Do Estadão.

Em 2016, a nadadora descobriu uma doença autoimune que destrói a produção de plaquetas sanguíneas, células responsáveis pelo processo de coagulação. Para corrigir o problema, ela teve de se submeter a uma cirurgia para retirada do baço. Com a cirurgia, ela consegue manter a produção de plaquetas em um nível saudável.

Nadadora Ana Marcela, ouro nos 5Km na maratona do mundial de esportes. Divulgação/Satiro Sodré.

A equipe descobriu a doença depois de uma prova em Salvador ainda em 2016. Depois de um mal-estar, um exame médico revelou que tinha apenas 110 mil plaquetas no sangue - o número normal ultrapassa 200 mil. Ela teve de se afastar por quase dois meses da competições no início de 2017.

Ana Marcela se submeteu a exames difíceis e dolorosos, como uma biopsia de medula, por exemplo, para conhecer se a causa da doença tinha relação com a algum tipo de câncer. Em um dia, chegou a tirar 30 frascos de sangue. Até hoje não se sabe o que provocou-lhe a doença. Hoje, como atesta a conquista da medalha dourada, Ana Marcela está bem fisicamente.

Sem o baço, órgão responsável por funções imunológicas e hematológicas, o corpo não cria anticorpos que combatem infecções. Esse trabalho tem de ser feito por vacinas e antibióticos. A retirada do órgão foi a melhor opção para evitar que ela tenha complicações futuras.

Por essa razão, o triunfo é muito comemorado pela atleta. "A gente brinca muito que é difícil chegar a uma prova perfeita, mas eu acho que nestes 5km eu posso dizer que fiz a prova perfeita para a gente. Como a gente pensou na segunda-feira, a gente conseguiu realizar agora", reforçou a brasileira, para depois ainda lembrar que agora já está focando a sua participação na prova por equipes, que aconteceria ainda na noite desta quarta-feira, e também na disputa de 25km feminina, que ocorrerá nesta quinta, a partir do mesmo horário.

Medalha inédita

Seu desafio agora é buscar a inédita medalha olímpica. A baiana que aprendeu a nadar aos dois anos por influência do pai, o ex-nadador George Cunha, e também por ajuda da mãe, que é ex-ginasta, Ana Marcela ainda não subiu ao pódio. A primeira participação olímpica de Ana Marcela Cunha foi em Pequim 2008, exatamente na estreia da maratona aquática no programa dos Jogos. Com 16 anos, a brasileira terminou na quinta colocação.

No ano que vem - ela já está classificada para os Jogos de Tóquio -, Ana Marcela Cunha terá mais uma chance de buscar a medalha que falta. "Neste ano, o principal objetivo foi a vaga! Ano que vem será a tão sonhada medalha olímpica", diz o pai da nadadora.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES