Nervosa, patinadora brasileira erra, mas encanta russos e realiza sonho

A jovem precisou superar tudo isso para se apresentar no programa curto da patinação artística na tarde desta quarta-feira, em Sochi.

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Nos olhos, a tensão era evidente. As mãos moviam em uma tentativa de afastar o nervosismo. Os minutos que antecederam a apresentação de Isadora Williams foram um misto de sentimentos. A emoção de estar nas Olimpíadas de Inverno, o orgulho de fazer história para o Brasil e a ansiedade para entrar no rinque do Palácio Iceberg de Patinação. A jovem precisou superar tudo isso para se apresentar no programa curto da patinação artística na tarde desta quarta-feira, em Sochi. Nervosa, não conseguiu dar o seu melhor. A nota de 40.37 a deixou na lanterna entre as 30 participantes. No entanto, o mais importante já havia sido conquistado: a oportunidade de estar entre as melhores do mundo. Nesta quinta, as 24 melhores disputarão a medalha de ouro, no programa longo.

- Eu tive problemas com meu salto. Eu queria fazer um programa perfeito aqui. O meu sonho estar estar nas Olimpíadas. Fico muito feliz de ser a primeira patinadora do gelo no Brasil. Mas eu sou uma atleta também, quero uma apresentação perfeita. São muitas pessoas aqui, é muito diferente. É uma competição muito grande. Nova experiência para mim. Eu fiquei muito nervosa aqui ? lamentou a patinadora.

sadora se apresentou ao som do tango Dark Eyes (Olhos negros) de Devotchka. A canção é forte, marcante e tem como tema uma dançarina de tango, sedutora e com olhos negros. O público russo foi no embalo. Aplaudiu antes, durante e, principalmente depois da apresentação. Quando a nota foi divulgada, Isadora não escondeu a expressão de descontentamento, que rapidamente se transformou em gratidão ao ouvir os aplausos efusivos da torcida. A brasileira foi abraçada pelo público em Sochi.

- Eu estou triste agora. Meus treinos foram muito bons. Eu estava muito bem, perfeita. Só muito nervosa. Eu estava pronta, quero competir logo depois do aquecimento. Esperei muito, uns 20 minutos para entrar. Eu tenho muitas coisas na minha cabeça. Fico muito nervosa. Eu estava nervosa, mas feliz que a torcida me apoiou - ressaltou a patinadora, visivelmente chateada.

Entre as pessoas presentes na arquibancada do Palácio Iceberg estava Alexa, que é a mãe de Isadora. Ao final da apresentação, a atleta ainda mandou um recado.

- Fiquei muito feliz com minha mãe. Eu a amo. Sou muito orgulhosa de ser filha dela ? disse Isadora.

A atleta foi a primeira representante do Brasil na patinação artística nos Jogos de Inverno. Em setembro do ano passado ela teve o melhor desempenho de sua carreira e ficou em 12º lugar no Troféu Nebelhorn, que valia como uma repescagem mundial do esporte. Como seis patinadoras do top 10 já tinham vaga, a americana que tem cidadania brasileira ficou com a sexta e última vaga para os Jogos Olímpicos de Sochi.

Filha de uma mineira, ela iniciou a relação com o esporte cedo. Aos quatro anos já dava as primeiras piruetas no rinque. Mas somente em 2009 a patinadora entrou em contato com a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG). Enviou um vídeo para e entidade e foi convidada para representar o Brasil.

Para sua participação em Sochi, Isadora planejou saltos de maior dificuldade e uma coreografia nova no Palácio Iceberg de Patinação. No programa curto as patinadoras são avaliadas com base em movimentos obrigatórios. O esperado é que a apresentação seja harmoniosa, com saltos, piruetas, mudanças de direção e velocidade.

una Kim confirma favoritismo; Yulia Lipnitskaya vacila e cai

Quem terminou o primeiro dia na liderança foi a coreana Yuna Kim. Estrela da Coreia do Sul para as Olimpíadas de 2018, a patinadora impressionou o Palácio Iceberg. Foi a 17ª atleta a se apresentar e recebeu a nota de 74.92. Com 23 anos, ela abre boa vantagem para conseguir seu segundo ouro olímpico. Campeã olímpica em 2010, ela é a inspiração da brasileira Isadora Williams.

A esperança dos donos da casa para uma medalha era a jovem Yulia Lipnitskaya. Depois de ter encantado na disputa por equipes, a adolescente de 15 anos vacilou e caiu nesta quarta-feira. Terminou apenas na quinta colocação. Quem salvou o dia dos russos foi Adelina Sotnikova, que fez a arena levantar e ficou com o segundo lugar com 74.64 pontos.

Outra decepção ficou por conta de Mao Asada. Vice-campeã olímpica, a japonesa foi a última a se apresentar. Assim como Yulia Lipnitskaya, caiu e se decepcionou. Ficou na 16ª colocação. Trinta atletas se apresentaram no programa curto. Destas, 24 se classificaram para a apresentação do programa livre, que será nesta quinta-feira.



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