Barras de ouro de Nuzman dariam para produzir medalhas até 2028

Presidente do Comitê Olímpico foi preso na manhã desta quinta-feira

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Quando os agentes da Polícia Federal bateram na porta da residência de Carlos Arthur Nuzman por volta das 6 horas da manhã desta quinta-feira, o dirigente ainda não estava acordado ou sequer suspeitava que uma nova visita, desta vez com o pedido de prisão temporária, estava a caminho.

Recebido pelo mordomo, o delegado Antônio Beaubrun foi até o quarto e ele mesmo acordou Nuzman. Procedimento comum da PF para que não ocorra nenhuma destruição de prova, um policial sempre acompanha o acusado.

Segundo o próprio delegado, não houve resistência, mas o presidente do Comitê Olímpico do Brasil ficou assustado e perguntou: "De novo, de novo?".

Os agentes deram um tempo para Nuzman acordar e se vestir e fizeram buscas no local. Desta vez encontraram novas provas que comprovam a suspeita do envolvimento de Nuzman na compra de votos da eleição do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016 como e-mails trocados com Papa Massata Diack e planilhas de custos e contabilidade do próprio dirigente. Em seguida, às 8h27, encaminharam Nuzman para a sede da PF no Centro do Rio de Janeiro para depoimento.

- Ele (Nuzman) ficou um pouco assustado, por ser a segunda vez que a Polícia Federal cumpre um mandado de busca. Conseguimos alguns elementos ainda de provas, que são os e-mails, as contas do Papa Massata Diack, e-mails de solicitação do senegalês, que vão ser bastante úteis para a nova fase da operação. A gente também conseguiu apurar algumas planilhas de custo de contabilidade do próprio Nuzman que servem para fazer um paralelo sobre a evolução patrimonial dele, sobre os gastos dele, o quanto ele recebia e quanto ele tinha de gastos mensais - contou Beaubrun.

Foram descobertas 16 barras de ouro, de 1kg cada, depositadas na Suíça, que, juntas, têm o valor aproximado de R$ 2 milhões.

Tais barras seriam o suficiente para produzir todas as medalhas douradas dos Jogos Olímpicos até 2028. E também poderiam ser produzidas mais de 2.600 medalhas de ouro.

- Enquanto os medalhistas olímpicos sonhavam com as medalhas de ouro, os dirigentes guardavam o ouro na Suíça - disse Fabiana Schneider, procuradora da República, em coletiva nesta quinta-feira.

No Rio-2016, foram produzidas 2.488 medalhas, incluindo 812 douradas. Para esta quantidade, foram gastos, aproximadamente, 4,872kg de ouro.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/esportes/ouro-escondido-por-nuzman-na-suica-daria-para-produzir-medalhas-ate-os-jogos-de-2028-21913322#ixzz4ufp9jnSK

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SEDE DA POLÍCIA FEDERAL

Nuzman, e Leonardo Gryner, apontado como seu braço direito, chegaram à Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, por volta de 15h30 desta quinta-feira (5).

Os dois foram detidos em casa pela manhã.Eles são suspeitos de intermediar compra de votos de integrantes do Comitê Olímpíco Internacional (COI) para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016.

O pedido de prisão temporária foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

Segundo a defesa de Nuzman, a medida adotada foi dura. "Vou me inteirar dos fatos agora .Eu não tenho a menor ideia. Vou saber agora o que se passa e quais são os fundamentos dessa medida. É uma medida dura e não é usual dentro do devido processo legal", afirmou Nélio Machado.

Em nota, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que está cooperando e pediu às autoridades brasileiras informações completas para dar seguimento às investigações internas da comissão de ética do COI. O Comitê afirmou também que sua comissão de ética pode tomar medidas provisórias contra Nuzman.

Segundo o Ministério Público Federal, o pedido de prisão foi decretado porque houve uma tentativa de ocultação de bens no último mês, após a polícia ter cumprido um mandado de busca na casa de Nuzman no mês passado. Entre os bens ocultados, há valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam em um cofre na Suíça.

A ação é um desdobramento da "Unfair Play", uma menção a jogo sujo e que é mais uma etapa da Lava Jato no Rio. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.



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