Popó volta à escola e quer ser pai de novo

Pugilista mantém seu instituto para crianças carentes em Salvador, onde ensina boxe

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Aos 34 anos, Acelino Popó Freitas está no primeiro semestre da faculdade de Direito, em Salvador, e faz planos com a mulher Eliana para ter "uma menininha" depois de seis meninos, o mais novo deles com a própria Eliana, de quatro anos e "bonito igual ao pai". O ex-boxeador acredita que esteja dando bons exemplos, principalmente quanto à sua determinação, que o fez vitorioso como pugilista e agora na continuidade dos estudos, principalmente vindo de uma infância muito difícil.

Enquanto cuida de seu Instituto Acelino Popó Freitas, para crianças carentes do bairro Arraial do Retiro, também ajuda o irmão, Luís Cláudio, que está sendo processado depois de um caso que tomou a cidade: envolveu a morte do amigo do namorado da sobrinha de Popó, com policiais sob suspeita.

Popó diz que passou a dar aulas para crianças no projeto social, às segunda e quartas-feiras à tarde.

- Não tenho ajuda de ninguém, no IAPF. Tenho um projeto pronto com o governo do Estado, que prevê R$ 150 mil por ano. Por ano. Para as crianças contarem com psicólogo, com assistente social. O bairro de Arraial do Retiro tem muita pobreza, a droga rola solta... E não vem resposta. Enquanto isso, o Ronaldinho Gaúcho recebe um milhão para o projeto dele?! Isso me chateia prá caramba! Aqui na Bahia, as pessoas não dão valor para a gente.

Enquanto espera, diz que vai bancando ele, o instituto, ?tirando do bolso o dinheiro para luz, água, merenda para os meninos?, ajudando o irmão Nílton, que lá dá aulas, como Popó. O boxeador explica que nenhuma criança é obrigada a aprender boxe no IAPF, mas lá tem portões abertos.

- No esporte, ela aprende respeito, diz ?sim, senhor? para o técnico, tem a influência de um mestre. Tratamos desse lado educacional e emocional. A criança ouve histórias de vida. E o boxe, um esporte de contato, tem muito de disciplina, concentração...

Carreira de nocautes

O baiano anunciou o encerramento de sua carreira de pugilista em 7 de junho de 2007, depois de conquistar quatro títulos mundiais de boxe, nas categorias superpena e leve.

Foi campeão mundial dos superpenas em 1999, ainda para completar 24 anos, sobre Anatoly Alexandrov, do Cazaquistão. Manteve o cinturão da WBO (Organização Mundial de Boxe) em seis defesas e depois acumulou o cinturão, no mesmo peso, da WBA (A Associação Mundial de Boxe), ao vencer o cubano Joel Casamyor em 2002. Fez quatro defesas desse título ? e foi chamado de ?supercampeão da OMB? pela soma das dez defesas.

Depois, já como leve, foi campeão da WBO sobre Arthur Grigorian, do Uzbequistão, em 2004. Perdeu o título para o norte-americano Deigo Corrales, em 2004, mas voltou a tomar o cinturão em 2006, quando foi campeão dos leves mais uma vez pela WBO, sobre o norte-americano Zahir Raheen, em 2006. Em 2007, perdeu na defesa do título por abandono, para o norte-americano Juan Diaz.

Popó somou, como pugilista profissional, 40 lutas, sendo 38 vitórias, 32 delas por nocaute, e duas derrotas, no esporte que começou a praticar ainda com 14 anos.

De volta à escola

Assimilada a aposentadoria, o boxeador recomeçou a estudar. A partir de 2007, diz, fez os supletivos do ensino fundamental e do médio.

- Então, fiz vestibular, prestando Direito. Agora, estou no primeiro semestre. Quero estudar os direitos que cada um de nós pode exercer. Mas não vou advogar, não tenho perfil para isso. Quero prestar concurso público.

Na faculdade, Popó já fez bons amigos, como sempre, em meio ?a todas as classes?, diz que tem turma boa, até que já ?levou bronca? de professor, mas nada demais.

- No começo, faziam brincadeiras, perguntavam como é ser pugilista, como foi. No começo, foi engraçado. Agora, já se acostumaram também. São cinco meses de aulas. Está mais tranquilo.

Futebol e outros esportes...

Vivendo com o que conseguiu guardar durante a carreira, Popó diz que continua querendo ter ?uma menininha? com Eliana, sua mulher há nove anos. Já é pai de Rafael (1993), Igor (1996), Iago (1997), Gustavo (1998), Ruan (1998) e Acelino (2006).

?Popozinho?, com quatro anos, é muito brincalhão, conta Popó-pai.

- Ele é todo descontraído e engraçado. Convive com os irmãos, vai passear, brinca muito, joga bola. Agora deu para imitar uma arrumadeira paulista, aqui de casa, que puxa o ?r?.

Sobre peso e comida, que sempre foram ?inimigos? de Popó, ele tem a dizer que está 12 kg acima do peso.

- Fui jogar bola e torci o pé. Mas agora já vou começar a correr de novo, bater uma ?babinha? como se diz aqui em Salvador, no campo lindo de soçaite que a gente tem.



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