Hernán Crespo treinou muitas situações específicas para enfrentar o Fortaleza. Sabia que enfrentaria um adversário especial, para quem já havia perdido durante o Brasileirão. Trabalhou as bolas paradas, para evitar gols do time que mais marca assim no país -- nove gols de jogadas ensaiadas no campeonato, cinco de nove na Copa do Brasil.
Também treinou as inversões do lado da jogada, porque o Fortaleza joga com três zagueiros, mas balança os laterais e forma linha de quatro quando defende. As bolas viradas de um lado ao outro muitas vezes pega de surpresa o lateral oposto, com a jogada às suas costas.
Foi assim que Daniel Alves quase marcou, numa bola enfiada por Benítez. Tem de saber balançar a defesa do Fortaleza para conseguir isto e não é simples, porque o time de Juan Pablo Vojvoda posiciona-se com perfeição quase sempre.
Mais impressionante é sua capacidade de avançar e pressionar a saída de bola dos adversários. Dos onze desarmes do Fortaleza no empate por 2 x 2 contra o São Paulo, nove foram no campo de ataque. Isto inclui o lance final, que resultou no gol de Romarinho aos 48 do segundo tempo.
Não é comum ver uma equipe roubar bolas no ataque do primeiro ao último minuto, como faz a equipe de Vojvoda. Há muita consciência tática do Fortaleza. Há quem entenda que esta agressividade é mérito de Vojvoda, mas com herança de Rogério Ceni, por ter deixado no clube a certeza de poder enfrentar qualquer rival de igual para igual.
Mas o treinador argentino produziu evolução tática. O 3-5-2 de Vojovda é particular, com marcação por zona e balanço dos laterais, para formar linhas de quatro, raramente de cinco defensores.
Não é fácil jogar contra o Fortaleza e não será surpresa se chegar à decisão da Copa do Brasil.
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