Ronaldo na chefia da CBF não é consenso no meio futebolístico

O desejo de Ronaldo dividiu opiniões no futebol brasileiro.

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Ronaldo, ex-fenômeno. | Reprodução
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Em entrevista ao "TV Folha", divulgada no domingo, Ronaldo lançou a ideia. Apelidado de "Presidente" na época em que ainda frequentava os gramados, o ex-jogador disse que aceitaria, após a Copa-2014, chefiar a CBF. O desejo de Ronaldo dividiu opiniões no futebol brasileiro. E uma boa parte dos consultados pela jornal preferiu não fazer comentários.

Entre os que se calaram estão quatro dos principais técnicos do país: Tite, Leão, Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari. Até mesmo Neymar se eximiu de opinar a respeito do desejo de seu "chefe". O atacante é cliente da 9ine, empresa de Ronaldo.

Entre os que se pronunciaram, alguns ressaltaram a proximidade entre o ex-jogador e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que renunciou, como ponto negativo.

"Ronaldo é amigo do Ricardo Teixeira, representa o continuísmo. É empresário, tem outros interesses, nem deveria estar no Comitê Organizador Local da Copa", afirmou Tostão, campeão da Copa de 1970.

O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), desafeto de Teixeira, também destacou o possível conflito de interesses que haveria se Ronaldo comandasse a CBF sem se licenciar da 9ine.

Ex-volante da seleção brasileira e comentarista de TV, hoje treinador do Bahia, Paulo Roberto Falcão cobrou a realização de uma eleição para legitimar o Fenômeno, que não se colocou à disposição para concorrer. "Não sei se seria um candidato a presidente da CBF. Mas aceitaria sim", afirmou Ronaldo.

Em Brasília, políticos da bancada da bola enfatizaram que Ronaldo deveria estreitar relação com as federações para se lançar em 2014. Mas a possível candidatura de Ronaldo agradou, desde já, a alguns dirigentes estaduais.

"Ele tem experiência não só como atleta como também como empresário vencedor. É uma pessoa que tem uma assessoria qualificada e pode, sim, postular ao cargo", disse Ednaldo Rodrigues, presidente da federação baiana.

Mas o mais forte aliado de Ronaldo surgiu na capital federal. Embora o governo federal diga oficialmente que mantém mera relação institucional com a CBF, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, vê Ronaldo como boa opção para chefiar a confederação.

Parceiro de negócios de Ronaldo em um site, Zico também aprovou a ideia de ter o ex-jogador à frente da CBF.

"É um cara que tem boas intenções e experiência internacional no futebol. Tenho certeza de que pode fazer um bom trabalho na CBF."

CANDIDATURA SÓ SAI COM APOIO DE OITO FEDERAÇÕES

Uma candidatura à presidência da CBF só pode ser registrada com o apoio de oito federações e cinco clubes da Série A do Brasileiro.

Ou seja, é necessário ter as assinaturas de 13 eleitores, de um total de 47, para entrar na disputa.

Esse mecanismo foi introduzido no meio da década passada no estatuto da CBF. Seu objetivo era restringir a disputa. Antes, era necessário o apoio de cinco federações para haver uma chapa.

Agora, só é possível haver a inscrição de três candidaturas, já que não pode existir repetição de assinaturas nas chapas inscritas.

A eleição deveria ocorrer de quatro em quatro anos. Porém o atual mandato tem sete anos, em extensão feita em benefício do ex-presidente Ricardo Teixeira. Ou seja, esse mandato dura até o final de 2014.

Para destituir o atual presidente José Maria Marin, é preciso a convocação de uma assembleia com a presença de pelo menos a maioria de federações e clubes.

Desses, dois terços têm que votar pela saída do presidente da CBF.

Todas as decisões se dão por votos secretos.



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