Tite tem vivido a Copa do Mundo à exaustão, sempre focado na próxima partida. Mesmo assim, encontra brecha para um momento particular do qual não abre mão. A cada véspera de jogo, como o de hoje diante de Camarões, aproveita a mesquita que há dentro do estádio Grand Hamad, que a seleção brasileira usa em seus treinos no Catar, para alguns minutos de oração.
O ritual é simples: tira o calçado, lava os pés e entra em uma área coberta por um tapete vermelho, decorada com livros e outros objetos da tradição islâmica, e faz sua reza.
— A gente tira o calçado, entra com o pé direito, e faz a oração — resumiu Tite durante a última aparição na mesquita.
A mesquita não está aberta ao público apenas para visitação. Acanhado, o espaço reúne todos os dias trabalhadores que chegam dos arredores para os horários de oração, devidamente fixados em um quadro eletrônico na parede do local. Quem se depara com estrangeiros perto da porta não hesita em convidar para entrar e rezar. Há apenas uma placa que diz que o lugar é apenas para isso e não estão permitidas imagens internas durante as orações.
— Na Turquia, Catar e no Brasil, por exemplo, as mesquitas são mais abertas, recebem turistas e até grupos escolares. Mas, claro, é preciso respeitar a casa em que está — afirma Francirosy Campos Barbosa, antropóloga muçulmana e professora da USP de Ribeirão Preto.
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