Sem disponibilidade para tecnologia, campeão olímpico do Brasil treina no escuro

Sem disponibilidade para tecnologia, campeão olímpico do Brasil treina no escuro

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O hino do Brasil foi ouvido pela segunda vez em Nanquim, na China, nas Olimpíadas da Juventude. No taekwondo, na categoria até 63kg, Edival Marques se tornou o primeiro brasileiro campeão olímpico na modalidade. A façanha é mérito total do paraibano de 17 anos. Foi forjada em tatames simples, sem luxos e em condições que não fazem jus ao peso do ouro de sua medalha. Nas artes marciais desde os seis anos, Edival treina até hoje em seu estado, e por falta de condições financeiras em sua academia, não tem disponível o colete eletrônico das competições. A tecnologia é usada por cima do quimono e detecta os golpes dados pelos atletas, fornecendo a pontuação da luta. Sem isso, Edival acaba treinando "no escuro". Mesmo assim, venceu tudo que disputou na base, sendo campeão mundial juvenil e agora, olímpico. - É uma situação que me deixa triste.

Até hoje, a Paraíba não tem esse sensor que detecta os golpes. Lá, sempre treinei sem ele. Nunca tivemos. Minha academia nunca teve. É uma tecnologia que não chegou lá. Mas acredito que esse ano ela irá chegar no estado. A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) tem feito a distribuição em outros estados, e espero que o nosso seja atendido desta vez. É uma tecnologia que faz a diferença, que te ajuda a ter uma noção de onde o golpe entra, de onde está o sensor para a pontuação - disse o esperançoso Edival. Pela falta do equipamento e também em busca de outros treinos e experiências, Edival treina em outros estados.

Por vezes vai para São Paulo e também para Brasília. Intercâmbios que serão cada vez mais frequentes, ou até mesmo definitivos em busca de uma vaga no Rio de Janeiro, em 2016, já que no próximo ano ele passa a lutar entre os profissionais. - É quase certo que eu vá morar em outro estado. Meu sonho é disputar as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e para isso eu preciso fazer sacrifícios para conquistar uma vaga. Sem ele, não há vitória. Em um primeiro momento, sempre que viajo, fico com saudade da família, do meu pai, da minha mãe, mas é assim mesmo, não tem jeito. Por ser país-sede, o Brasil tem duas vagas garantidas entre os homens e escolherá em quais das quatro categorias disputará.

O país até pode classificar mais de dois atletas, porém todos precisam estar no top 6 do ranking olímpico - hoje nenhum brasileiro está no top 6. Para 2016, além de Edival Marques, o Brasil tem outro nome forte é Guilherme Dias, de 21 anos. Ele é amigo de "Netinho", apelido do paraibano que leva o mesmo nome do avô.O campeão olímpico da juventude acredita que ambos estarão juntos no Rio de Janeiro. - Sempre treinei com o Guilherme Dias. Ele é como um irmão para mim.

Eu tenho certeza de que ele vai conquistar a vaga dele para 2016, está garantido, e eu vou conquistar a minha vaga também para competirmos juntos no Rio de Janeiro - afirmou. Guilherme Dias compete na categoria até 58kg. Edival, por sua vez, terá de se adaptar a outra faixa de peso, já que a categoria até 63kg não é olímpica. Ou ele perde peso e briga com o amigo para representar o Brasil na categoria até 58kg, ou entra para a categoria até 68kg, a mesma de Diogo Silva, que viu a medalha olímpica escapar na luta pelo bronze tanto em Atenas 2004 quanto em Londres 2012.



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