Sheik e Mano travam queda de braço nos bastidores; atacante deve perder

Treinador e jogador não se bicam há tempos.

Emerson Sheik e Mano Menezes, durante treino do Timão | Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians
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A não convocação de Emerson para a partida contra o Atlético Sorocaba, domingo, pela última rodada do Campeonato Paulista, foi apenas a ponta do "iceberg" da crise entre o atacante e Mano Menezes. Treinador e jogador não se bicam há tempos. É um atrito velado que a diretoria tem de contornar para não mergulhar em uma crise ainda pior. Com o técnico amparado pela direção, Sheik está perto de levar a pior e deixar o Corinthians - ele tem contrato até julho de 2015.

Mano voltou ao Timão com a missão de promover uma reformulação no elenco e tirar alguns medalhões da "zona de conforto". Emerson era um deles. Em baixa desde o ano passado, o atacante é visto por dirigentes e pelo comandante como desinteressado demais para o jogador com o maior salário do elenco.

Sheik não gostou de ter iniciado a temporada no banco de reservas da dupla formada por Romarinho e Guerrero. O atacante passou a entrar apenas no segundo tempo dos jogos e, é bem verdade, com um rendimento abaixo do esperado. Dos 16 duelos da equipe no ano, ele foi titular em apenas três. Em outros seis foi a campo no decorrer e ficou fora de mais sete. Não fez gols - está em jejum desde 31 de julho, quando anotou um diante do Grêmio.

A insatisfação aumentou com a contratação de Luciano, ex-Avaí. O atacante chegou ao Corinthians e rapidamente se transformou em titular. Com Guerrero lesionado, Emerson imaginou que ganharia mais chances. No entanto, seguiu como apenas uma opção de segundo tempo. Pior, o novo reforço vem tendo um ótimo aproveitamento, com seis gols, apenas dois abaixo do artilheiro Romarinho.

Mano também seus motivos para reclamar do atacante e não parece disposto a mudar suas conclusões. O técnico o vê como acomodado e sem força para reagir em um curto espaço de tempo. O ponta vibrante que foi decisivo para o Corinthians conquistar a Libertadores e o Mundial de clubes em 2012, na visão do comandante, ficou no passado.

A crise, até agora, é silenciosa. Não houve discussão entre eles. Sheik reclama apenas a amigos que não concorda com os métodos de trabalho da comissão. Mano responde deixando o atacante de lado. Na entrevista coletiva de domingo, disse que a ausência contra o Sorocaba aconteceu por questões físicas. Entretanto, sequer citou o jogador como uma das alternativas para o time ser mais forte no Brasileirão.

O técnico, aliás, tem o respaldo da diretoria para continuar agindo assim. O presidente Mário Gobbi gostaria de se livrar de Sheik, principalmente se conseguir envolvê-lo em uma troca para reforçar o elenco que disputará o Campeonato Brasileiro a partir do dia 20 de abril. Além disso, diminuiria os gastos em um momento de cofres vazios no Parque São Jorge.

É exatamente nos vencimentos que o Corinthians esbarra. Nenhum dos interessados aceita pagar o que o jogador ganha. O Atlético-MG quer que o Timão arque com 50% dos salários, como acontece com Alexandre Pato no São Paulo. O centroavante André, ex-Santos, entraria na transação.

Sheik vem agindo cuidadosamente nos últimos meses para não dar motivos a Mano e aos dirigentes. Os atrasos nos treinamentos, tão comuns na passagem de Tite, acabaram. Reclamações públicas e polêmicas fora de campo também. Aos 35 anos, Emerson sabe que dificilmente conseguirá um contrato tão bom em outro clube. Mas, a cada dia, fica mais perto de deixar o Corinthians.



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