Vitória empata com Ceará e garante volta para a Série A

Com Barradão lotado e Ivete Sangalo no camarote, Rubro-Negro abre o placar, sofre o empate, deixa a torcida angustiada, mas festeja o acesso

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Jogadores comemoram gol rubro-negro | Edson Ruiz / Ag. Estado
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Foram dois anos de espera. Longos dois anos que serviram apenas para aumentar a satisfação sentida pela torcida do Vitória na tarde deste sábado, em Salvador. Poderia ter sido o grito de "campeão", é verdade. Mas só o cântico de "Primeira Divisão" bastou para fazer o Barradão tremer. Com direito a chegada de helicóptero de Ivete Sangalo e estádio lotado, o Leão da Barra cravou as unhas na Série A de 2013 ao empatar com o Ceará em 1 a 1.

Sob um sol de 30 graus, os jogadores do Vitória fizeram a sua parte e tornaram insignificante o triunfo do São Caetano sobre o Guarani. O Rubro-Negro baiano sufocou um Ceará, que já não tinha objetivos pelos quais brigar no Campeonato Brasileiro. William abriu o placar, para delírio da arquibancada. No entanto, apesar de fragilizado, o Vozão chegou atrasado para a partida, tocou a bola por 90 minutos e teve ímpeto para empatar a partida no meio do segundo tempo. Depois de deixar o torcedor adversário apreensivo nos minutos finais do confronto, uma vez que a derrota derrubaria o Vitória para quinto lugar - fora da Série A -, a equipe visitante saiu apressada do estádio para pegar o voo, que deixaria a capital baiana duas horas após o apito final.

Com o resultado, o Vitória terminou a Série B de 2012 na 4ª colocação, com 71 pontos. Com 47 pontos, o Ceará permaneceu na 11ª posição.

Atraso, nervosismo e frieza no momento decisivo

A tensão começou antes mesmo do apito inicial, nesta tarde. Com o trânsito complicado em torno do Barradão, os jogadores do Ceará se atrasaram para a partida e chegaram apenas 30 minutos antes do confronto. Quando o elenco do Vozão entrou no estádio, a festa já estava pronta. Ivete Sangalo já havia descido de helicóptero no gramado e estava devidamente uniformizada em um dos camarotes. A torcida do Vitória já cantava enlouquecida nas arquibancadas, aguardando o início do jogo que marcaria o retorno do time baiano à elite do futebol brasileiro.

E foi com este combustível que o Rubro-Negro baiano entrou em campo. Logo no primeiro lance, Willie foi lançado na área, mas se chocou com o goleiro Dionatan e pediu pênalti. O árbitro advertiu o atacante do Vitória com cartão amarelo por simulação e mandou seguir o jogo.

Com a vontade de subir acumulada pela torcida, o Leão da Barra foi para cima do Ceará, já sem ambições no campeonato. Abusando dos ataques pela esquerda, a equipe baiana ameaçou bastante no início do confronto. A pontaria, no entanto, não era das melhores. O nervosismo e a ansiedade foram os maiores vilões para o elenco rubro-negro.

Logo aos 15 minutos, Dinei desperdiçou e mandou uma bola que tirou tinta da trave. Momentos depois, William tirou o fôlego dos torcedores ao mandar para fora, depois de passe de Mansur. Por volta dos 30 minutos, o Vozão começou a pressionar. Só que pecou nas finalizações. A maior oportunidade de abrir placar veio de Mota, que cabeceou para fora após cobrança de falta.

O grito de gol estava reservado para os 42 minutos. Apesar da tensão que circulava no sangue dos jogadores do Vitória, um deles reservava a frieza para o momento certo. Após belo passe de Willie, William recebeu na cara do gol. O atacante parou, pensou e analisou como quem calcula a velocidade do chute. Consciente, William bateu para o fundo do gol. Na arquibancada, a torcida gritava: ?Ih, Primeira Divisão, para o ano eu tô aí!?.

Cartão vermelho, apreensão e ?Vamos subir, Nego?

No segundo tempo, o Ceará voltou com um pouco mais de vontade na partida. Ainda pegando fôlego, o Vitória assistiu a Deola fechar o gol aos 4 minutos, após investida do Vozão. O jogo seguiu morno, com mais ataques baianos que cearenses. Chances reais de gol, no entanto, não foram a tônica do início da segunda etapa.

E cada minuto a mais era um a menos para o acesso do Leão da Barra. Da arquibancada, gritos de ?Vamos subir, Nego? davam o ânimo do confronto. Até que um cartão vermelho pintou em campo: Jailton cometeu falta em Willie, levou o segundo amarelo e foi mais cedo para o chuveiro. O técnico Anderson Silva logo substituiu Magno por Régis para garantir um pouco mais de consistência à defesa do Ceará.

Aos 28 minutos, Willie mostrou que a preocupação do treinador do time visitante tinha fundamento. Após passe milimétrico de Mansur, da linha de fundo, o atacante do Vitória bateu colocado, consciente. Mas o destino da bola não era a rede: ela bateu na trave, para o tradicional ?Uh!? ecoar no Barradão.

Quase dez minutos depois, o momento de maior apreensão para a torcida do Vitória aconteceu: com o São Caetano ganhando do Guarani por 2 a 1, Heleno fez o gol de empate do Ceará. Estava instalada a tensão.

O que se seguiu foi uma das contagens regressivas mais nervosas da história da equipe baiana. Até o árbitro apontar o centro do campo, cada torcedor rubro-negro roía as unhas e rezava a todos os santos e orixás. Assim foi até os 47 minutos, quando a torcida pôde, enfim, soltar o canto: ?Sabe, eu sou Vitória, com muito orgulho, com muito amor?.



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