10 de 25 capitais do Brasil sofrem o inverno mais quente da história

Seis capitais estabeleceram recordes de temperaturas máximas no inverno, sendo Boa Vista, Cuiabá, Manaus, Rio Branco, João Pessoa e São Paulo.

Na quarta, o Rio teve a temperatura mais alta do ano | Tomaz Silva/Agência Brasil
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O inverno deste ano registrou aumento significativo da  temperatura em 10 das 25 capitais brasilerias. De acordo com análises do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essas cidades experimentaram um aumento de 0,5°C a 3,5°C em comparação com a primeira década do século, marcando assim a temperatura média mais alta já registrada para essa estação. Para especialisas do Inmet, o aumento de 3°C para uma temperatura média, não máxima, é fator de preocupação.

Manaus, capital do Amazonas, alcançou a temperatura média mais elevada, atingindo 30,1°C, o que representa um aumento de 1,9°C em relação à década anterior. Cuiabá, no Mato Grosso, teve o maior aumento relativo, com a temperatura média do inverno atingindo 28,8°C, um aumento de 3,4°C comparado ao período de 2001 a 2010.

Além de Manaus e Cuiabá, outras capitais também quebraram recordes de temperatura média no inverno, incluindo Boa Vista, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco, Macapá, Belém, João Pessoa e Maceió. As análises revelaram que, mesmo nas cidades que não registraram recordes de calor, todas as capitais analisadas apresentaram um aumento nas temperaturas em comparação com a média da década anterior.

Seis capitais estabeleceram recordes de temperaturas máximas no inverno, sendo Boa Vista, Cuiabá, Manaus, Rio Branco, João Pessoa e São Paulo. O estudo foi baseado em dados coletados pelas estações meteorológicas do Inmet em cada capital, algumas delas operando desde 1961. Cuiabá e Manaus bateram recordes. O aumento das temperaturas no inverno brasileiro não é um fenômeno isolado em 2023; é parte de uma tendência de aquecimento global contínuo. 

Especialistas apontam que esse padrão é observado globalmente, e o Brasil não é exceção, sendo parte de um contexto de décadas sucessivamente mais quentes. A meteorologista Danielle Barros Ferreira, do Inmet, afirma que a combinação entre o aquecimento global e fenômenos como El Niño leva a novos recordes de mudanças climáticas, que serão cada vez mais frequentes em todo o planeta. O aquecimento também é influenciado pelas características de cada região do Brasil, como a maior radiação solar nas regiões Centro-Oeste e Norte, que resulta em temperaturas mais elevadas no inverno.

O impacto do El Niño tem efeitos diferentes em cada região do país. O fenômeno intensifica a chuva no Sul nas regiões Norte e Nordeste, faz uamentar a seca. Manaus decretou emergência pela seca do Rio Negro, enquanto a capital gaúcha foi atingida pelomaior transbordamento do Rio Guaíba desde o ano de 1941.

Historicamente, as regiões Centro-Oeste e Norte são as mais afetadas pelo aumento de temperatura no inverno devido à maior radiação solar, que inibe a formação de nuvens e eleva a temperatura. O impacto do El Niño varia de região para região, intensificando a chuva no Sul e a seca no Norte e Nordeste.

O cenário indica uma preocupação crescente com o aquecimento global e suas implicações no clima brasileiro. O próximo verão é esperado para registrar recordes de calor em diversas partes do país. A tendência de aumento nas temperaturas médias sugere a necessidade de ações efetivas para combater as mudanças climáticas e mitigar seus efeitos.



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