45% das grávidas não se planejaram, segundo pesquisa da Fiocruz

Planejar a gravidez é algo que as mulheres brasileiras parecem não se preocupar muito em fazer.

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REPENTINO | Gravidez não planejada costuma acontecer principalmente com quem mais sofre com a situação: as adolescentes | Reprodução
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Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizada com 22 mil mulheres de um total de 24 mil que serão entrevistadas em 191 municípios, indica que 45% das brasileiras não planejaram a gravidez.

Os dados preliminares mostram ainda que 53% dos partos no Brasil são cesáreos, com prevalência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. O estudo Nascer no Brasil: Inquérito sobre Parto e Nascimento pretende conhecer as principais complicações maternas e de recém- nascidos registradas no país. Para tanto, o levantamento coleta informações sobre interrupção de gravidez, assistência pré-natal, e local e acompanhamento do parto.

Quem está inclusa nesse índice de gravidez nãoplanejada é Josilene Souza, de 24 anos. Mesmo já tendo duas gestações anteriores, ela admite que o terceiro filho a caminho não foi desejado.

?Eu sou casada e, por isso, me descuidei?, afirma Josilene, que não prevê maiores problemas na sua vida por causa da gravidez. Segundo o diretor da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Francisco Martins, o maior problema da gravidez indesejada é quando ela ocorre com adolescentes.

?Entre as mulheres adultas, mesmo quando a gravidez não é planejada, elas aceitam, enquanto as jovens não levam a gestação a sério?, afirma o diretor. Essa imaturidade traz sérias consequências, como o aumento dos riscos na gravidez, maior índice de préeclâmpsia ou mesmo de partos cesarianos.

?As adolescentes não reconhecem a importância de serem acompanhadas através do prénatal e de fazer os exames necessários?, disse Martins.

23% dos partos na Evangelina Rosa foram de adolescentes

Enquanto algumas meninas se preocupam apenas com as roupinhas de suas bonecas, outras com idade entre 10 e 14 anos já estão entrando em uma sala de parto. Foi o que aconteceu com 33 adolescentes em 2011, somente na Maternidade Dona Evangelina Rosa.

O número foi o maior nos últimos cinco anos e, desde 2008, o gráfico de gestações na adolescência mantém uma curva ascendente. As estatísticas mostram que, no ano passado, 23% das mulheres que fizeram o parto na Maternidade Dona Evangelina Rosa eram adolescentes.

Por outro lado, se for considerada a idade de 15 a 19 anos, percebe-se que os números estão diminuindo. Em 2011, 355 adolescentes foram mães nessa faixa etária. Ao contrário do índice das gestações de adolescentes com idade entre 10 e 14 anos, o gráfico mantém uma curva descendente desde 2008.

Tais estatísticas podem revelar que, nos três últimos anos, a gravidez precoce não está acontecendo na adolescência, mas em uma fase anterior a ela, ou seja, entre meninas com idade de 10 a 14 anos.



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