92% de vítimas de traumas no trânsito estão bêbados em Teresina, diz pesquisa

“50% das vítimas admitem estar alcoolizadas”, diz neurocirurgião

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Hospital de Urgência de Teresina | Reprodução
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Uma pesquisa que está sendo realizada pelo neurocirurgião do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Daniel França, revela que o número de lesões ocasionadas em pacientes no Piauí pela falta do uso de capacete encontra-se 3 vezes acima da média mundial. Um número alarmante e considerado pelo médico como elevadíssimo. A combinação álcool e direção tem influência considerável nesses dados.

Estatísticas apontam que os acidentes de trânsito resultaram em números e consequências preocupantes. São mais de 50 mil mortes por ano e mais de 500 mil feridos, dos quais cerca de 20% ficam com sequelas ou graves deficiências. Segundo o neurocirurgião, ?evitar a morte de um paciente é uma coisa, mas a sequela é algo que não dá para evitar?.

O médico destacou ontem (13), durante um evento na Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi), que, dos pacientes acidentados que são atendidos por ele e levados ao centro cirúrgico, 92% estão sob o efeito de bebida alcoólica.

Além disso, ele aponta também que ?mais ou menos 50% das vítimas de trânsito admitem ter usado álcool?.

Acrescentando que a maioria destes são motociclistas que muitas vezes estavam sem o item principal de segurança: o capacete.

Além das perdas e do sofrimento que a família de cada vítima sofre, existe também um custo econômico e social.

Dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Economia Aplicada (Ipea) mostram que no Brasil são gastos cerca de R$ 30 bilhões anualmente com vítimas de acidentes de trânsito.

No Piauí, o Sistema Único de Saúde (SUS) desembolsou no ano passado um valor de R$7.309.236,72 com internações de pessoas acometidas por traumatismo craniano e fraturas. Já 2013, esse gasto já foi de R$ 5.795.032,79. Destes, a maioria são pessoas que sofreram acidentes de trânsito. O Ipea estima ainda que os custos com feridos giram em torno de R$ 90 mil e com mortos cerca R$ 421 mil.

Porém, o neurocirurgião frisa que essas informações associadas aos acidentes de trânsito em Teresina ainda são preliminares, dados brutos que podem sofrer alterações no decorrer da pesquisa, esta será apresentada de forma científica no final de dezembro.

Dentre as mais variadas formas de se manifestar a violência urbana, o abuso da ingestão de bebidas alcoólicas está entre as principais, não restringindo-se ao trânsito, mas também no ambiente de trabalho, já causa a improdutividade do indivíduo.

Fiepi realiza workshop para criar documento com responsabilidade social

A Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), através da Assessoria de Projetos e Parcerias Institucionais (APPI) realizou ontem (13) o I workshop ?Abraçando a vida - compartilhando ações?, que contou com a presença dos parceiros que firmaram um compromisso em desenvolver coletivamente um plano de ações destinado aos trabalhadores que são atingidos por complicações psicológicos oriundas da dependência de álcool e outras substâncias químicas.

Sociedade civil organizada, ONGs, Comunidades Terapêuticas, Instituições Públicas e Privadas se reuniram para criar um documento que conterá ações e métodos estratégicos que propiciem o fortalecimento das redes de atendimento disponibilizados aos dependentes químicos em Teresina e nos demais municípios do Piauí.

A gerente da APPI e psicóloga Jeannette de Oliveira destaca que esse evento foi um pontapé, justamente por possibilitar a coleta de informações locais para encaminhar às pessoas que precisam de ajuda. ?Todas essas pessoas que estão aqui trabalham no combate às drogas e elas não conversam entre si, então é importante aumentar a rede, a ligação dessas pessoas?, disse ela, acrescentando que a mobilização para unir essas entidades foi um corpo a corpo prazeroso, pois salvar uma vida não tem preço.

Para o comandante geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Geraldo Rebelo, é muito importante que os órgãos que podem minimizar os problema das drogas se reúnam para traçar estratégias. ?A PM preza pela prevenção primária, através do Programa Educacional de Resistência às Drogas, que tem tido um resultado positivo para a população?, aponta.

Segundo o diretor de jornalismo do Sistema Meio Norte de Comunicação, José Osmando, que esteve representando os meios de comunicação do estado, o papel de combater as drogas não é somente do governo, mas sim de toda a sociedade. Ele disse que considera interessante esse trabalho desenvolvido pela Fiepi, pois convoca a sociedade para prevenir e combater as drogas, como também por cadastrar todas as entidades terapêuticas.



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