Especial aniversário Teresina 160 anos: A pesca que passa de geração em geração

A maneira de conseguir o peixe continua a mesma há 160 anos.

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A maneira de conseguir o peixe continua a mesma há 160 anos. | Reprodução Jornal MN
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Teresina é uma cidade que pode ser observada de vários ângulos. A capital do Piauí pode ser redescoberta sob um prisma que vem passando de geração em geração, com o olhar dos tradicionais pescadores do Bairro Poti Velho, zona Norte da capital. É no mais antigo bairro da capital que se podem encontrar moradores que ainda vivem da tradição da pesca de peixes nos rios Poti e Parnaíba. Apesar das várias mudanças ocorridas no bairro, muitos, assim como na antiga Nova Vila do Poti, ainda têm na pesca sua única fonte de renda.

A maneira de conseguir o peixe continua a mesma há 160 anos, com a pequena diferença do motor na canoa do pesacador. Jogar a tarrafa no rio à espera dos peixes ainda é a forma com que os pescadores do Poti Velho conseguem seu sustento, com uma prática passada de pai para filho. Valdir Pereira tem 38 anos e aprendeu o ofício com o pai e há mais de 20 anos pesca no Rio Poti e Parnaíba. A renda é pouca, mas com a pesca seu Valdir sustenta três filhos e a esposa.

?Consigo de R$ 40,00 a R$ 50,00 por dia, o ruim é que para conseguir os peixes tenho que ir muito longe. A maior dificuldade nossa é isso, ter que passar até três dias fora de casa, aqui perto o rio tá muito seco, não tem peixe?, reclama.

Apesar das dificuldades, como a falta de peixe, carga horária extensa de trabalho e baixa remuneração, o pescador diz que não pretende deixar a atividade no rio em que se criou.

?Eu gosto de pescar, é o que eu sei fazer de melhor e foi com a pesca que sustentei meus filhos. Então, não vou abandonar minha profissão por dificuldade. O rio e a pesca são minha vida?, enfatiza. Quem também vive da pesca é o Valdemar Salvino, de 57 anos. Há mais de 40 anos ele trabalha na região, vivendo da pesca nos dois rios, Poti e Parnaíba. Os três filhos já foram criados e agora os netos são sustentados pelo pescador.

?Eu só acho ruim porque o rio tá seco e quando a gente joga a tarrafa ela engancha em muito lixo. Além disso, hoje os peixes estão poucos, pesco apenas 5 kg por dia, em outros tempos chegava a pescar de 20kg a 30kg?, lembra o pescador. A nostalgia dos tempos áureos de pesca é grande, porém seu Valdemar é otimista e acredita que tempos melhores virão. ?Temos que crer em Deus, ele pode fazer o rio Poti ser aquele mesmo de antes, eu acredito!?, finaliza.



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