A rotina de um pai solo

No Dia dos Pais, o Jornal Meio Norte traz a história de Diego Campos, 29 anos, e sua filha, Isis, de apenas 11 meses, um exemplo de pai, que revela os desafios e alegrias no seu cotidiano

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É cada vez mais comum na sociedade os casos de pais que criam seus filhos sozinhos por diversos motivos. O exercício da paternidade está longe de ser apenas uma função. Por trás do título, existem pessoas que dão essência e vida ao nome, cada uma do seu jeito. Tem pai que gera, que cria, que cuida, que acolhe e ajuda.

Diego Campos, de 29 anos, cumpre tudo isso ao lado da pequena Isis Targaryen Campos Leão, sua filha de apenas 11 meses. Ele viveu aflições comuns de pais de primeira viagem, desde não saber dar o banho no bebê até o medo de acidentes.

Formado em Direito e atuando como operador de computadores, Diego Campos conquistou a guarda da filha em concordância com sua ex-companheira e a decisão da Justiça. Ele lembra do momento em que viu sua vida se transformar completamente ao se tornar um pai solo. O jovem que comemora seu primeiro Dia dos Pais, revelou as principais transformações e compartilhou sua rotina para a reportagem do Jornal Meio Norte.

"Após me tornar um pai solo aconteceram várias mudanças na minha vida, como o aumento da responsabilidade e atenção que eu já tinha, redobrei cuidados, a higiene da casa, muda tudo, porque uma criança é um ser que está dentro de um mundo cheio de desafios, novidades, e a gente tem que fazer a proteção dela, tem que dar cuidado, educação, tem que ser exemplo e dar exemplo, até porque somos um espelho para os nossos filhos. É algo que muda bastante a forma que a gente olha o mundo”, declarou.

Ainda de acordo com Diego, como pai solo é importante sempre pensar bem antes de tomar qualquer decisão ou atitude, pois tem um ser humano no mundo que é dependente totalmente do outro. “Eu tenho que pensar bem antes de fazer qualquer coisa, de me pôr no lugar dela como criança, no meu lugar e no lugar de outra pessoa que está fora da situação. É preciso ter muita paciência, escutar bastante os mais experientes e ser uma pessoa aberta a aprender e tentar melhorar a cada dia, porque ninguém sabe tudo”, acrescentou.

A gestação da Isis foi planejada, mas com um mês de vida os pais se separaram. Diego sempre ajudou e deu toda a assistência. Logo com 4 dias de nascida já havia dado banho e trocava a fralda. Aos 3 meses, entrou com o pedido de guarda e conseguiu o direito de cuidar da filha de forma integral. Hoje a rotina do trabalho é outra, a relação com os amigos e com a família também mudou, além da ajuda de muitas pessoas que se faz necessário, principalmente da família mais próxima.

Crescimento como ser humano

A criança, que completa um ano no próximo dia 4 de setembro, passa a semana com Diego na casa da avó, localizada no Povoado Cacimba Velha, na zona rural de Teresina. Já nos finais de semana, Isis fica exclusivamente com o pai na casa onde moram na Vila Bandeirantes, na zona Leste da capital, onde o operador assume completamente todas as responsabilidades e os cuidados da filha e ele faz questão que seja assim, pois considera extremamente necessário passar o máximo de tempo que pode ao lado dela, tanto nos bons momentos quanto nas dificuldades.

Se por um lado apenas o fato de se tornar pai já faz um homem crescer como ser humano, ser um pai solo acelera ainda mais esse crescimento. Esse cenário fez Diego perceber detalhes que em nenhum outro momento conseguiria e, acima de tudo, criou um laço único com a filha.

"A minha vida hoje é muito voltada a minha filha, que é um ser muito abençoado, algo que veio só para agregar, me ajudar a melhorar como pessoa, e hoje eu agradeço a Deus, a mãe da minha filha, mas o amadurecimento, desde muito cedo, vendo meu pai, meus tios, meus vizinhos e amadureci observando, conversando e perguntando. Dessa forma aprendi muito mais assim do que fazendo errado, já que eu sempre fui muito de perguntar, pedir conselhos e a melhorar minhas práticas, desde fazer uma sopa até dar um remédio", declarou. (W.B)

Dom da paternidade

Dificuldade não é um termo que faz parte do dia a dia do pai solo, apesar da rotina atribulada, um bom planejamento de atividades e horários tem funcionado bem na vida de Diego e a pequena Isis. O operador tem conseguido conciliar o trabalho, cuidados da filha e a vida pessoal também, que não pode ficar de lado.

"Eu não acho que tenha dificuldade, considero que é uma função que não é simples, não é fácil, mas que não tem dificuldade, pois é só ter um pouco de força de vontade, que você aprende com facilidade, não é algo muito difícil ser pai, então é como se fosse um dom que você tem que aprimorar, e para isso você tem que se doar, tem que querer aprender, tem que saber colocar algumas coisas de lado e dar mais amor, atenção, carinho e paciência com seu filho", avaliou.

Para Diego, a missão da paternidade solo tem sido encarada de forma positiva, pois tem se esforçado para aprender e se tornar um pai melhor a cada dia. "O que é difícil é ver um pai com um filho que está com uma doença e o pai não poder fazer nada, literalmente de mãos atadas, isso sim é dificuldade, porque esse pai não vai conseguir mudar alguma coisa", finalizou. (W.B.)



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