“Absurdo”, diz mãe de menor que botou veneno no café de colegas

Menor colocou chumbinho no café de colegas da empresa onde trabalhava.

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?Ele é um garoto tranquilo, trabalhador e de boa índole. Não sei o que aconteceu?, afirmou a mãe do adolescente de 17 anos que colocou veneno de rato no café de colegas de trabalho, em uma confecção de Santa Bárbara d"Oeste (SP), na manhã da última quarta-feira (11). Segundo a mãe e um primo, que morava junto com o menor, o caso chocou familiares e amigos.

Em depoimento à polícia ainda no dia 11, o jovem disse que a intenção era protestar contra uma espécie de "bullying profissional": ele reclamou que ganhava menos que os outros funcionários e que se sentia menosprezado. No entanto, um dia depois, na quinta (12), o dono da empresa afirmou que o menor recebia menos dinheiro pois faltava constantemente ao trabalho. Dez funcionários passaram mal, foram levadas para o Hospital Afonso Ramos, fizeram exames e depois foram medicados e liberados.

Drama pessoal

A mãe do adolescente, que mora em Belém (PA), disse que o jovem foi viver no interior de São Paulo para trabalhar e estudar. ?Ele me dizia que aqui no Pará não tinha oportunidades de trabalho e que queria me dar uma vida melhor, pois eu criei ele e a irmã sozinha, sem ajuda do pai. Aí surgiu o convite do primo, que já estava aí em São Paulo?, explicou.

Ainda segundo a mãe, o menor mudou-se para Santa Bárbara cinco meses atrás e logo depois conseguiu a vaga de auxiliar de produção. ?Ele estava muito feliz. No começo mandava até um pouco de dinheiro para mim, que moro sozinha, porém com o passar do tempo começou a reclamar que ganhava menos do que os outros e que não estava conseguindo estudar. Então eu disse a ele que guardasse dinheiro, para evitar se endividar?, afirmou.

Questionada se viria para Santa Bárbara visitar o filho, que está abrigado na Fundação Casa, a mulher respondeu que está agoniada, pois não tem condições financeiras de viajar. ?Além disso, estou trabalhando com carteira assinada e não posso me ausentar. Falei com um advogado aqui no Pará que me disse que o primo dele teria que resolver a situação aí (Santa Bárbara), pois a história foi toda aí. O que aconteceu foi algo horrível, absurdo?, desabafou a mãe.

Espera familiar

Segundo o primo do menor, que morava com ele e outro primo em Santa Bárbara d"Oeste, o caso impressionou os vizinhos e amigos. ?Ninguém pensava que ele poderia fazer algo assim. Era calmo, vinha para casa e jogava vídeo-game. Conversávamos com ele para orientá-lo. Ele faltava no serviço e isso o prejudicava?, afirmou.

Ainda de acordo com o primo, o jovem será julgado no dia 16 de agosto pela Vara da Infância e Juventude. ?Agora só podemos aguardar o resultado. Caso seja condenado, vamos tentar transferí-lo para o Pará?, disse.

Andamento

A Fundação Casa, por meio da assessoria de imprensa, disse que o jovem está internado provisoriamente em uma unidade da entidade, aguardando a decisão da Justiça. Porém, a fundação informou que não pode divulgar a localização.

O promotor da Infância e Juventude de Santa Bárbara, Aluisio Antonio Maciel Neto, afirmou que as testemunhas e as vítimas ainda precisam ser ouvidas em audiência. ?No dia do envenenamento eu ouvi o adolescente e pedi na hora a internação provisória. Agora, nesta segunda audiência, serão ouvidas as vítimas e outras testemunhas para o magistrado definir o que acontecerá com o rapaz?, afirmou.

Conforme informações da Fundação Casa, o jovem pode ser internado por até três anos em uma unidade da entidade ou ser condenado a realizar medidas socioeducativas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, por exemplo.



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