Acidentados no trânsito lotam hospitais no Piauí

Os ortopedistas dos hospitais públicos acabam ficando sobrecarregados com o grande número de pacientes que chegam todos os dias.

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Hospital de Urgência de Teresina vive superlotado. | Reprodução
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O sofrimento da vítima de acidente de trânsito e de sua família é muito grande. Mas engana-se quem pensa que eles são os únicos a sofrerem nestas horas. Do outro lado dessa história estão os médicos ortopedistas, que recebem diariamente muitos pacientes e acabam ficando sobrecarregados com esse tipo de atendimento.

No Hospital de Urgência de Teresina (HUT) existem profissionais que realizam cerca de 80 cirurgias por mês. Tudo isso, porque o hospital recebe cerca de 42 pacientes vítimas de acidentes de trânsito por dia, o que acaba superlotando o local. Já no HGV a fila de espera por uma cirurgia ortopédica chega a cerca de mil pessoas.

Essa fila, segundo o diretor do hospital, Carlos Iglésias, é uma das que mais crescem no local por causa do alto número de acidentes que tem acontecido nos últimos anos. ?O número de acidentes reflete diretamente na fila de espera do hospital. Hoje nós recebemos pacientes de todos os hospitais de Teresina e até do interior do estado?, pontuou.

Para o ortopedista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia ? Regional Piauí (SBOT-PI),Vinícius Pontes do Nascimento, o número de pacientes tem crescido a cada ano. ?Antes, o HGV era o único que realizava cirurgias ortopédicas e dava conta, hoje além do HGV, tem o HUT e o Hospital da Polícia Militar e ainda não estão resolvendo.

Estão todos superlotados. Nós não podemos ficar só aumentando leitos, aumentando o número de profissionais. O que precisamos fazer é buscar educar as pessoas para evitar os acidentes?, pontuou.

Entre 2010 e 2012, dados do HUT mostram que houve um crescimento no número de atendimentos vítimas de acidentes, principalmente daqueles envolvendo motocicletas. Já aqueles com carros e os casos de atropelamento se mantiveram praticamente estáveis. Entre janeiro e julho desse ano, o HUT recebeu 8.918 pacientes vítimas de acidente de trânsito. Destes, 83% foram de pessoas que se envolveram em acidentes com motocicletas, 8% foram vítimas de acidentes com carro e 9% foram pessoas que sofreram atropelamento.

Médicos ortopedistas realizam campanha para evitar acidentes

Para resolver o problema da superlotação nos hospitais do estado e a nível nacional, os ortopedistas acreditam que deve-se buscar a conscientização da população, sobretudo com educação no trânsito, para assim evitar que cresça o número de acidentados e como consequência desafogue os hospitais do estado.

?Nossa campanha não é algo que trará resultados logo, é uma coisa a longo prazo, pois nós precisamos educar as pessoas, fazer campanhas em escolas, auto escolas, enfim, precisamos conscientizar as pessoas da necessidade de uma postura mais prudente no trânsito?, disse.

Vínícius afirma que o problema da superlotação dos hospitais não é apenas a falta de estrutura destes locais e muito menos a insuficiência de profissionais, mas sim o alto número de acidentes que tem acontecido nos últimos anos.

E a saída para isso é uma maior conscientização da população de que as regras do trânsito devem ser respeitadas. ?Ao invés de injetarmos cada vez mais profissionais no mercado, nós precisamos controlar e diminuir esse alto número de acidentes. Não é insuficiente o número de profissionais, o número de acidentes que está muito alto?, argumentou.

Esse alto número de pacientes ortopédicos, segundo acredita Vinicius, acarreta uma parcela da população que não produz, pelo contrário só onera os cofres públicos. ?Quando uma pessoa sofre um acidente grave, passa entre quatro e cinco anos em tratamento, para só depois voltar a trabalhar, sem produzir e gastando muito?, pontuou. Nos últimos dez nos, os gastos com traumas ortopédicos aumentaram dez vezes no Brasil. A faixa etária que mais sofre com esse problema é aquela entre 17 e 45 anos.



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