Air France admite falha em sensores da aeronave

Troca de sonda que mede velocidade aerodinâmica, que tinha falhas, não foi feita

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Modelo da aeronave que caiu no Oceano Atlântico, o Airbus 330 sofreu panes anteriores nas sondas medidoras da velocidade aerodinâmica do avião - tipo de sensores chamados "Pitot" - que levaram o fabricante a emitir uma recomendação de troca do equipamento. Identificados na frota da Air France em 2008, esses problemas originaram um programa gradativo de trocas dos sensores pela empresa aérea que não chegou a atingir a aeronave acidentada.

A empresa aérea francesa divulgou ontem nota anunciando a aceleração do processo de trocas das sondas Pitot em sua frota, "sem pressupor ligação com as causas do acidente". Esse processo deve terminar nas próximas semanas.

O comunicado oficial, entretanto, saiu horas depois de peritos do Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA), órgão do governo francês que investiga as causas do acidente, revelar que os três tubos Pitot podem ser as origens de uma pane que determinou a queda da aeronave. Além de medir a velocidade aerodinâmica, a sonda orienta os demais sistemas eletrônicos do avião.

No comunicado, a Air France revela que os primeiros defeitos de funcionamento das sondas Pitot foram relatados pela Airbus em setembro de 2007 a título de recomendação de troca dos sensores. Em sua defesa, a empresa diz que tal recomendação do fabricante dá à companhia aérea a liberdade de realizar ou não a troca.

Quando envolve segurança, diz a Air France, haveria a emissão de um boletim obrigatório (mandatory service bulletin) reforçado por uma instrução de navegabilidade (Airworthiness directive).

Em razão da natureza do alerta e de não detectar de pronto as falhas, o programa de troca gradativa dos sensores começou a ser realizado pela Air France só após maio de 2008, quando foram detectados problemas de perda de informações da medição da velocidade do vento. Desde a recomendação da Airbus, sondas Pitot vêm sendo substituídas também por outras companhias.

Os peritos do BEA dizem que foi constatada "incoerência da velocidade aferida" após análise das 24 mensagens automáticas enviadas pelo A330 acidentado nos últimos quatro minutos de voo. Esse erro, a princípio, é causado por divergência de análise das informações obtidas pelos sensores.

O A330 tem três desses sensores. O cruzamento dos dados coletados por cada um fornece aos computadores de bordo a informação essencial para, por exemplo, o sensor que regula a altitude da aeronave. "Sobre o A330, foi de fato constatado um certo número de panes desse tipo. Houve incidentes que analisamos. Nem todos levaram a perdas significativas de altitude dos aviões. O que significa que o avião pode se recuperar rapidamente", diz Paul-Louis Arslanian, diretor do BEA.

Segundo o perito, a performance das sondas pode ser alterada por condições externas adversas. Entre elas, algo que pode ter causado a pane: o congelamento dos tubos - dado que reforça a hipótese de uma tempestade ter levado, indiretamente, à falha generalizada dos sistemas eletrônicos.



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