Airbus da Air France não foi destruído no ar, diz relatório

Investigadores estão “longe” de descobrir o que provocou a queda da aeronave

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Avião não foi destruido no ar | Divulgação
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O relatório da BEA (Escritório de investigações e análises, na sigla em francês), órgão do governo francês que investiga o acidente do voo 447, informa que o Airbus A330 da Air France que caiu sobre o Oceano Atlântico com 228 a bordo não foi destruído durante o voo.

Mas os investigadores franceses disseram que ainda estão "longe" de descobrir o que provocou a queda da aeronave.

A busca acústica das caixas-pretas, que podem ajudar a esclarecer o acidente, foram estendida até o próximo dia 10.

Autoridades francesas divulgaram nesta quinta-feira (2) o relatório preliminar sobre o acidente, que matou 228 pessoas que partiram do Rio de Janeiro rumo a Paris em 31 de maio. A apresentação do relatório, em entrevista no aeroporto de Le Bourget, próximo a Paris, ficou a cargo de Alain Bouillard, chefe dos investigadores.

Segundo a BEA, os dados disponíveis e a análise dos 640 elementos já encontrados pelas equipes de busca mostram que o avião parece ter tocado a superfície da água no Oceano Atlântico ainda inteiro, em linha de voo, com forte aceleração vertical. De acordo com Bouillard, ainda não há dados suficientes para precisar a velocidade com que o avião caiu.

Foi registrada uma forte deformação do assoalho do avião, de fora para cima. Na hora do impacto, o leme ainda estava fixado na estrutura do avião, segundo os investigadores. A análise dos destroços também não mostrou sinais de incêndio ou de explosivos.

O relatório também mostra que os coletes salvavidas encontrados entre os destroços não estavam inflados, o que indica que os passageiros não estavam preparados para uma aterrissagem forçada.

Caixas-pretas

A BEA também informou que as buscas acústicas pelas caixas-pretas do avião devem prosseguir até 10 de julho, em uma zona mais limitada que a varrida até agora. Depois dessa data, as buscas prosseguirão por mais um mês, por sondagem com sonar. Bouillard afirmou que ainda tem esperança de encontrar os artefatos.

Questionado por vários jornalistas, o investigador reiterou que ainda faltam muitas informações sobre o acidente -por exemplo, os dados das necrópsias das vítimas, às quais os investigadores franceses ainda não tiveram acesso.

Ele disse que a BEA ainda está "muito longe" de descobrir as causas da queda do Airbus e previu que a investigação ainda deve "ir longe". Segundo ele, essa investigação é um dos maiores desafios da agência.

Sensores de velocidade

Questionado sobre o papel no acidente do suposto defeito nos tubos de Pitot, sensores de velocidade do Airbus, Bouillard respondeu que eles foram apenas mais um elemento. "É um dos fatores, mas não é o único. É um elemento, mas não é a causa", disse.

Ele confirmou as informações anteriores de que os sensores fizeram leituras "incoerentes" da velocidade do Airbus.

Contato

Bouillard também reiterou que a tripulação do voo 447 não emitiu nenhuma mensagem de socorro antes do acidente.

Segundo ele, o controle sobre o voo deveria ter passado dos controladores brasileiros para os de Senegal, mas isso não aconteceu. Os pilotos do voo 447 tentaram três vezes se conectar ao sistema de dados da capital do Senegal, Dacar, mas não conseguiram -aparentemente porque Dacar não havia recebido o plano de voo. Segundo Bouillard, isso é normal.



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