Andressa deixa sacola no prédio da PF e sai sem ver Cachoeira

Condenado deve ir para Núcleo de Custódia do Complexo Prisional

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Andressa sai da PF sem ver Cachoeira neste sábado (8) | Reprodução
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Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, condenado a 39 anos de reclusão no processo oriundo da Operação Monte Carlo, e preso pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (7), em Goiânia, esteve na manhã deste sábado (8) no prédio da PF em Goiás, por volta das 12h. Ela deixou uma sacola com um dos agentes, mas não conseguiu visitar o marido.

Andressa Mendonça saiu logo depois sem falar com a imprensa. Anteriormente, Andressa havia estado na PF no início da noite de sexta-feira (7). Ele chegou e saiu com uma mala e também não deu declarações aos jornalistas.

Segundo agentes da PF, Cachoeira é a única pessoa que está presa na carceragem da PF neste sábado. Ele está em uma cela comum. A manhã foi tranquila durante toda a manhã, exceto pela chegada de Andressa, já ao meio-dia; e pela entrega do almoço do contraventor, às 10h, que foi levado em uma marmita pelo funcionário de um restaurante que atende à PF.

Núcleo de Custódia

De acordo com o presidente da da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Edemundo Dias de Oliveira Filho, o contraventor poderá ser transferido da Polícia Federal para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Segundo ele, a transferência, que deve ocorrer até a próxima segunda (10), só depende da Polícia Federal, para onde Cachoeira foi levado após a condenação a 39 anos de prisão. A data e horário ainda não estão definidos.

Inicialmente, foi divulgada a informação de que o condenado a 39 anos de prisão pelo Juiz federal Alderico Rocha Santos, no processo oriundo da Operação Monte Carlo, de que Cachoeira poderia ser transferido para a Casa de Prisão Provisória (CPP). ?Em tese, ele teria de ir para a CPP, pois ele é considerado preso provisório e ainda há prazo para a defesa recorrer da sentença, mas, pela especificidade do seu caso, que chama muito a atenção de todos, inclusive da imprensa nacional, e pela segurança do reeducando, vamos colocá-lo no Núcleo de Custódia, que abriga presos sentenciados com esse perfil?, explica Edemundo.

O presidente disse que conversou com o juiz federal Alderico Santos, por volta das 19h de sexta-feira, sobre o lugar para a prisão. ?Ele perguntou como poderíamos recebê-lo e disse que estávamos à disposição. O juiz então explicou que ele estava sendo submetido aos exames médicos de praxe para quem está preso e que até segunda-feira (10) ele poderia transferi-lo. Dependemos só da Polícia Federal para fazer essa transferência?, revela. Edmundo afirmou ainda que designou um diretor-regional para cuidar do caso.

Segurança máxima

O Núcleo de Custódia é uma unidade de segurança máxima espaço com capacidade para receber no máximo 80 presos, no qual normalmente ficam agrupados de três a quatro detentos por cela. ?Há também celas individuais, que podem ou não ser usadas, dependendo da necessidade de movimentação do preso?, observa o presidente da Agsep.

A área reservada ao Núcleo conta pátio para banho de sol, parlatório, onde o preso pode conversar com o advogado, e posto de saúde. Nesse espaço, o reeducando também pode participar de atividades socioeducativas, como o Programa Renascer, para dependentes químicos. No Núcleo de Custódia, os detentos são acompanhados por uma equipe multiprofissional que conta com assistente social.

?Em tese, os reeducandos podem até iniciar o processo de ressocialização, entrar em um trabalho e depois o juiz pode ver a progressão da pena?, comenta.

Tentamos falar com a Polícia Federal (PF) e com o advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, que não atenderam às ligações ou retornaram os contatos. Extraoficialmente, circula a informação, repassada por funcionários da PF, que não têm autorização para falar com a imprensa, de que a Polícia Federal não conta com efetivo, carros e equipes, em quantidade necessária para realizar a transferência do preso.

Sentença

O contraventor Carlinhos Cachoeira foi condenado nesta sexta-feira (7) a 39 anos de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. As acusações são relativas à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Cachoeira voltou a ser preso logo após a publicação da sentença, do juiz Alderico Rocha, da 11ª Vara Federal, nesta tarde, em Goiânia. A defesa pode recorrer da decisão.

O mandado de prisão foi expedido pelo magistrado e cumprido pela Polícia Federal. Ao G1, Alderico informou que reavaliou a necessidade da prisão preventiva do contraventor.

Até então, Cachoeira permanecia em liberdade desde determinação da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) no começo deste mês.

Cachoeira estava em casa quando foi preso, por volta das 13h. Ele foi levado para a Polícia Federal, em Goiânia. O advogado dele, Nabor Bulhões, informou ao G1 nesta tarde que está em Brasília e que vai apurar o motivo da prisão antes de se pronunciar.

Prisão anterior

No último dia 21, Cachoeira deixou o presídio da Papuda, em Brasília, beneficiado por um alvará de soltura expedido pela 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ele havia ficado preso por nove meses.

Na ocasião, o bicheiro seguiu para Goiânia, onde tem residência, para reencontrar os filhos.

Operações

O nome de Cachoeira aparece envolvido em duas operações da PF: a Monte Carlo e a Saint Michel. A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.

Cachoeira foi preso em fevereiro devido às investigação da Monte Carlo. Já preso, foi expedido um novo mandado contra ele pela Operação Saint Michel. Em outubro, ele obteve um habeas corpus relacionado às investigações da Monte Carlo, mas continuou preso em razão do mandado expedido pela Saint Michel.

Cachoeira é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, que investiga as relações dele com políticos e empresários.



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