Aos cinco meses, bebê nascido com 360 gramas tem alta de hospital em Minas Gerais

Carolina, o menor bebê nascido no Brasil

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Carolina, o menor bebê nascido no Brasil | Divulgação
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Após cinco meses e 15 dias de internação, teve alta nesta quarta-feira a menina Carolina, o menor bebê nascido no Brasil, segundo levantamento do Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Ela estava internada desde o dia 16 de novembro do ano passado, quando nasceu com apenas 25 semanas de gestação (seis meses), medindo 27 cm e 360 g. Nesta quarta-feira, Carolina deixou o hospital pesando 3,3 kg e medindo 47 cm, tamanho correspondente a um bebê de dois meses.

"Não sei se foi Deus ou milagre, mas é um caso raro na medicina. Não temos nem dados sobre bebês com menos de 400 g. É preciso ter uma equipe competente, mas depende exclusivamente da reação do próprio bebê", explicou o médico Marcos Januzzo, chefe da maternidade do Hospital. Ainda de acordo com Januzzo, acredita-se que existam somente 138 recém nascidos menores que 400 g no mundo e que os médicos tenham conhecimento. Carolina seria o menor bebê nascido vivo no País, de acordo com o especialista.

"Será uma criança que visitará o pediatra com frequência, mas sempre soube que ela conseguiria. Ela é uma menina forte, que lutou muito para conseguir e isso me orgulha", disse o médico. Ainda de acordo com Januzzo, o caso de Carolina é mais complexo porque bebês prematuros nessas condições podem desenvolver várias doenças. "Má formação dos pulmões (displasia broncopulmonar), complicações intestinais, hemorragia cerebral, retinopatia da prematuridade (crescimento desorganizado dos vasos sanguíneos que suprem a retina) e alteração intelectual", exemplificou.

O pai de Carolina, o mecânico Thiago Fernandes, comemorou a alta da filha, apesar de estar cientes dos cuidados especiais que ela deverá receber em casa: "Tudo na Carolina é delicado. Certas situações dependerão do desenvolvimento dela. Sobre sequelas, só vamos descobrir no crescimento. Tudo é possível, mas ela tem muitas chances de não ter nenhuma. Hoje ela é uma menina muito esperta, mas tem poucos probleminhas de pulmão, que podem desaparecer."

O nascimento prematuro aconteceu quando a mãe da criança, a psicóloga Alexandra Terzis, 32 anos, deu entrada no Vila da Serra com quadro de desmaios e convulsão, que evoluiu para um diagnóstico de doença hipertensiva. Por isso, houve a necessidade de um parto prematuro.

"Eu estava com uma gravidez tranquila. Quando entrei na 24ª semana, comecei a passar mal e a pressão subiu. Perto do dia 15 de novembro, liguei para a médica e ela estava viajando e pediu que eu ficasse de repouso. Quando foi quarta-feira (dia 16), comecei a passar muito mal e fui ao consultório. Só fui ver a Carolina cinco dias depois do parto. Eles estavam me poupando de vê-la, porque ela era muito pequena e não tinha esperança de sobreviver", disse.

A criança foi levada de ambulância para casa no bairro Mangabeiras, região sul de Belo Horizonte, porque ainda precisa da ajuda de um aparelho para respirar. "Tivemos que fazer algumas adaptações no quarto dela, como o oxigênio. Não vai poder receber visitas e ter muito contato para não correr riscos de infecções", disse a mãe dela.



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