Apagão em São Paulo chega a 60 horas com 500 mil imóveis às escuras

Nesta segunda-feira, 6 de novembro, aproximadamente meio milhão de endereços em São Paulo ainda permanecem sem fornecimento de energia elétrica, de acordo com informações da Enel. Essa situação persiste desde a ocorrência de uma tempestade que afetou a capital paulista na última sexta-feira, dia 3.

Isso implica que cerca de 500 mil propriedades, incluindo residências e estabelecimentos comerciais, estão enfrentando o início da semana sem iluminação elétrica, o que tem provocado indignação em parte da população. A Enel relata que aproximadamente 2.000 funcionários estão trabalhando incansavelmente nas ruas 24 horas por dia, e a previsão é de que até terça-feira, dia 7, a maioria dos consumidores tenha seu fornecimento de energia elétrica restaurado.

Ainda conforme os dados mais recentes enviados à reportagem, o total de domicílios afetados em algum momento após a chuva chegou a 4,2 milhões em todo o estado. No domingo mais cedo, quando foi emitida a penúltima atualização, eram 4,1 milhões. Desse total, 3,4 milhões já foram reestabelecidos, o que representa 81% do todo. Cerca de 800 mil domicílios em todo o estado continuam sem energia -e assim devem permanecer durante o início da segunda-feira.

O cenário culminou em uma reunião, marcada para esta segunda-feira, entre o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, representantes das distribuidoras de energia e do Executivo paulistano para "discutir ações futuras e medidas preventivas para deixar a rede de distribuição menos vulnerável aos eventos climáticos".

A tempestade que causou o caos na maior cidade do país foi caracterizada por ventos atingindo velocidades de até 100 km/h. Até o domingo, funcionários da administração continuavam a trabalhar para reparar os estragos causados pelo temporal. O número total de óbitos no estado chegou a sete, com duas dessas fatalidades ocorrendo na capital. O governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicano, expressou seus pêsames pelas vítimas do estado através da sua conta na rede social X, que outrora era conhecida como Twitter. Na tarde de domingo, Tarcísio também assegurou, em um post, que a falta de energia elétrica que ainda afeta parte do território paulista não afetou a realização da primeira fase do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que ocorreu naquele mesmo dia.

"Todas as escolas de São Paulo que recebem o Enem tiveram energia restabelecida e execução da prova acontece normalmente. Seguimos acompanhando a situação das pessoas que ainda não tiveram sua situação regularizada, em diálogo contínuo com o Ministério de Minas e Energia", declarou.

Alvo de críticas de paulistanos ensandecidos com a falta de energia, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse em entrevista ao "Bom dia SP", da TV Globo, que 12 creches e escolas de diferentes regiões estão sem funcionar pela falta de energia. Segundo o prefeito, o número de semáforos sem funcionar estão diminuindo.

"A gente tinha 652 semáforos sem funcionar. Nesse momento, atualizei, são 77, porque ainda estão sem energia, então você vai ver muitos semáforos apagados porque ele está sem a energia. Quando voltar a energia naquela localidade, volta a ser restabelecido", disse.

Ainda segundo Nunes, a prefeitura aguarda a Enel interromper a energia elétrica em algumas regiões para fazer a remoção de 125 árvores que atrapalham o restabelecimento do serviço. O prefeito foi criticado, também, por ter ido à corrida de Fórmula 1 em Interlagos neste domingo, em meio à crise do apagão na cidade.

(Com informações da FolhaPress - Luis Eduardo de Sousa e Francisco Lima Neto)