Gêmeos siameses passam por cirurgia de separação, mas apenas um deles sobrevive

Cristopher Henrique foi separado do irmão Nicolas, que morreu em SP. Em MT, família diz que vai retomar planos com recuperação do bebê

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Bebês passaram por cirurgia de separação em outubro | Arquivo/Facebook
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O bebê mato-grossense Cristopher Henrique que sobreviveu à cirurgia de separação em São Paulo retornou para casa neste sábado (1º), em Primavera do Leste, cidade a 239 quilômetros de Cuiabá, na véspera do aniversário de 1 ano. O irmão dele, Nicolas Samuel, com quem conviveu por meses compartilhando vários órgãos, não resistiu a uma grave infecção após o procedimento cirúrgico realizado no Hospital das Clínicas, e morreu no dia 25 de novembro.

Para a mãe dos bebês, Lorraine Monteiro, o domingo será de alegria, mas também de tristeza. ?Vamos comemorar porque o Cristopher passou por muitas dificuldades, ele também venceu. Mas será doloroso pela perda do Nicolas?, resumiu a mãe.

Os pais descobriram que Cristopher e Nicolas eram gêmeos siameses ainda no terceiro mês de gravidez de Lorraine. Os dois bebês eram unidos pelo abdômen e foram separados no dia 15 de outubro em uma cirurgia que durou aproximadamente 11 horas. Cada um dos bebês ficou com uma perna. Um terceiro membro, que tinha uma deficiência, foi amputado pela equipe médica. Já o órgão genital acabou ficando para Cristopher.

O frentista Celso Henrique dos Santos, pai dos bebês, disse que Cristopher se recupera de forma satisfatória da cirurgia. Segundo ele, o bebê já ensaia as primeiras palavras como papai, mamãe e sempre está sorrindo para todos. ?Ele é a alegria da casa e sempre está jogando as coisas que vê pela frente no chão. Ele terá que retornar ao hospital em São Paulo apenas no dia 28 de janeiro para fazer exames de rotina?, explicou o pai.

A família contou que só retornou para Primavera do Leste porque Nicolas não sobreviveu à cirurgia de separação. Eles estavam preparados a passar a virada do ano na capital paulista até a recuperação do filho, que estava em situação mais grave. Celso informou que no dia da morte, ele percebeu que Nicolas não estava passando mal. ?Eu comecei a estranhar que o Nicolas não estava se alimentando direito. A sensação era como se ele estivesse desidratado?, disse.

Horas depois, o menino já não estava respirando com ajuda de um balão de oxigênio até ser levado para a UTI neonatal. No local, o bebê contraiu uma infecção generalizada e sofreu uma parada respiratória. Ele não resistiu e morreu. Após saber da morte do filho, o casal teve que tomar a difícil decisão de enterrar o filho em São Paulo. ?Ele nasceu lá, nós estávamos lá e o irmão dele ainda estava internado em São Paulo. Não teríamos condições de deixar o Cristopher sozinho para enterrar o Nicolas em Mato Grosso?, disse o frentista.

?Os médicos fizeram tudo que estavam no alcance deles para salvar o Nicolas, mas não teve jeito. A dor da perna do meu filho permanece. Não fizemos cerimônia, nem velório. Quis que o enterro dele fosse rápido para não prolongar ainda mais o meu desespero?, afirmou a mãe.

Vida nova

Lorraine e Celso disseram que vão aos poucos retomar a vida que ficou conturbada com o nascimento dos bebês. Celso, que é frentista, diz que vai retornar ao trabalho a partir de segunda-feira (3). Nos meses em que esteve fora de casa, a empresa em que ele trabalha continuou mantendo o salário dele normalmente.

Já Lorraine, que interrompeu os estudos, disse que pretende voltar a estudar no próximo ano. Ela vai concluir o ensino médio e sonha em ir para a faculdade. ?Não podemos parar a vida. Ele (Cristopher) é a nossa felicidade daqui pra frente. Vamos seguir lutando por uma vida melhor?, finalizou.



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