
Imagens de drone mostram um verdadeiro "mar cinza" em uma área de vegetação do cerrado sul-mato-grossense atingida por uma queimada. O vídeo foi feito próximo a cidade de Dois Irmãos do Buriti, a 115 km de Campo Grande, no domingo passado (8), um dia após a área ter sido devastada por um incêndio. Quem fez a gravação foi o biólogo Luiz Felipe Mendes.


Ele aponta que os estragos causados a fauna e flora da região são irreversíveis. "É uma dor tão grande que faltam até palavras para descrever. Muitos falam que daqui uns anos tudo vai voltar ao normal, mas os pequenos animais que geralmente não conseguiram fugir do fogo e que acabaram morrendo, nunca mais voltarão, então isso é irreversível."

Imagens impressionantes mostram ‘mar cinza’ na vegetação do Cerrado de MS após queimadas
Conforme o Coordenador da Defesa Civil do Estado, tenente coronel da Fábio Catarinelli, um levantamento realizado pelo o órgão em parceria com o Prevfogo, entre os dia 1º de agosto e 8 de setembro deste ano , apontou que o estado registrou uma área destruída pelas queimadas de 1,027 milhão de hectares.


A explicação para essa redução, segundo a especialista em meteorologia do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), Franciane Rodrigues, é por conta de uma frente fria que chegou as regiões sudeste e sul com mais intensidade o que interferiu no clima da região pantaneira, local que mais sofreu com os incêndios.
MS decreta estado de emergência por conta das queimadas
O governo de Mato Grosso do Sul decretou nesta quarta-feira (11), por 180 dias, situação de emergência em razão do grande número de queimadas no estado, principalmente na região do Pantanal. O texto deve ser publicado na edição desta quinta-feira (12) do Diário Oficial.
Com o decreto o governo do estado pode comprar produtos e contratar serviços para o combate às queimadas sem licitação, além de se habilitar para receber auxílio do governo federal em termos de recursos, máquinas e equipamentos, até mesmo das organizações militares.
O governo decidiu decretar emergência após uma reunião realizada nesta terça-feira (10), entre sua equipe técnica e a do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os técnicos avaliaram a gravidade do problema por conta da estiagem prolongada e da expectativa de falta de chuva para os próximos 15 dias.