Áreas alagadiças desvalorizam imóveis na zona Leste de Teresina

Oito bairros da zona Leste sofrem com o problema do acúmulo de água

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Com o prolongado período chuvoso crescem os transtornos relacionados ao alagamento de áreas de bairros da zona Leste, considerada a região com maior presença de áreas alagadiças. São oito bairros que sofrem com este problema, entre eles o Morada do Sol, Piçarreira, São Cristóvão e parte do Jockey.

O fato fez o mercado imobiliário da região declinar consideravelmente em seis bairros. Os imóveis chegaram a perder 50% do valor de mercado. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis - Creci/PI, Emanuel Nogueira, os prejuízos não se restringem às vendas, também aos aluguéis.

?Quando conseguimos encontrar alguém que queira comprar ou alugar algum imóvel, o preço chega até a metade do que realmente vale, isso para todos os tipos de imóveis, luxuosos ou modestos. Contudo, as negociações praticamente não existem mais por ali?.

Para Nogueira, um dos principais problemas é a demora na solução do problema , além do constrangimento e prejuízos sofridos pelos moradores dessas regiões. ?Nós alertamos as autoridades frequentemente sobre a situação?, disse o presidente do Creci/PI.

Ele destaca que o problema recorrente atrapalha o desenvolvimento econômico local, já que as construtoras já não querem mais investir nessas áreas. ?Até mesmo o processo de geração de emprego e renda fica emperrado?, disse Nogueira.

Entre as áreas que mais alagam estão a região da Morado do Sol, nas proximidades da ?Praça do Prefeito?, no Bairro São Cristóvão e a Avenida Presidente Kennedy. Mas é na Avenida Homero Castelo Branco, em trecho próximo à Avenida João XXIII, onde a água demora mais para escoar. No local ainda pode ser vista uma poça de água residual após quase dois dias sem chuvas.

O comércio também sofre com os alagamentos. A atendente de uma lanchonete na Avenida Homero Castelo Branco, Josélia de Sousa, disse que o estabelecimento chegou a perder 20% de vendas, ou mais, depois que as chuvas começaram.

?A água desce toda para cá e se acumula até ficar a uma altura de meio metro, mais ou menos. As pessoas mal conseguem passar na avenida quando alaga e, com isso, também não vêm para a lanchonete, pois fica inacessível?.

De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste, está em projeto a construção de uma galeria com sete quilômetros de extensão, que faz parte do Programa de Drenagem Urbana e Controle de Erosão Marítima e Fluvial da Zona Leste e é parte de um projeto maior do Ministério das Cidades.

A galeria deverá reduzir drasticamente a situação de alagamento da região, abrangendo os bairros dos Noivos, Recanto das Palmeiras, Morada do Sol, Santa Izabel, Piçarreira, São Cristóvão, Jóckey Clube e Horto Florestal.

Até agora, 2% da obra foi executada. As obras foram iniciadas há mais de um ano, mas a SDU disse que após problemas com a construtora foi realizada outra licitação e uma nova empreiteira irá retomar as obras nos próximos dias.

Moradores não querem lagoa de captação

Integrante do mesmo projeto do Programa de Drenagem Urbana e Controle de Erosão, a lagoa de captação aberta deverá ser construída na Praça Jéssica Nogueira Lima, situada entre as Ruas Mundinho Ferraz, Odílio Ramos, Adalgisa Paiva e Senador Luís M. R. Gonçalves, no Bairro Morada do Sol.

Entretanto, moradores protestam contra a obra naquele local, que segundo eles, trará sérios prejuízos financeiros, com desvalorização de imóveis, perda da segurança e de saúde na área.

De acordo com o membro da associação de moradores local Adervaldo Nogueira, a construção da lagoa é inviável no local por uma lista de motivos.

"Por ser um local alto, esta praça não acumula água e não temos problemas com alagamentos nesta área, além de haver possibilidade da água de enchentes subir para esta região. A lagoa aberta também poderá trazer problemas para a saúde pública, com água parada e proliferação de pestes", queixou-se.

Rodrigo Melo, também morador do entorno da praça, reforçou que a estrutura do local não suporta uma lagoa e receia a infiltração de água, podendo prejudicar também a estrutura dos imóveis.

"O solo pode encharcar e comprometer nossas casas, além disso, esta praça, que foi dada como concluída pela prefeitura, é uma área ambiental cuidada exclusivamente pelos próprios moradores".

Rosane Melo acrescentou que há uma escola infantil sendo construída no entorno da praça e que a obra prejudicaria o empreendimento. "Uma lagoa aberta não pode ficar em frente a uma escola infantil, com diversos riscos para as crianças".

Adervaldo Nogueira afirma que a população não é contra as obras do programa e acrescenta que a galeria será muito importante para a região, entretanto, defende que a lagoa deveria ser feita em outra área mais adequada, como a Rua Professor Mário Batista, no Bairro São Cristóvão e próxima à "Praça do Prefeito".

No local, ele apontou um terreno que é indicado para a obra, segundo ele, tendo em vista que está em um dos maiores pontos alagadiços da zona Leste.

"Praticamente todas as águas que se acumulam na zona descem para esta área. Há um terreno apropriado para isso, mas que nunca teve outra utilidade. Vamos lutar até as últimas instâncias para que esta lagoa não seja feita perto de nossas casas".

Segundo Emanuel Nogueira, presidente do Creci/PI, há um terreno na mesma rua que está para vender ou alugar há 10 anos. "Várias imobiliárias já administraram este terreno, mas não houve contrato fechado devido aos frequentes alagamentos".

A SDU Leste informou que a obra deve cumprir uma exigência do Ministério das Cidades e que o projeto foi elaborado após estudos e cálculos precisos, bem como a escolha do local.

A função da Lagoa de Captação será juntar água para que ela não desça com velocidade e não acumule volume.



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