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Arte produzida por estudantes do Piauí chega ao RJ

O projeto é desenvolvido por estudantes do CETI Raldir Cavalcante

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A iniciativa de uma professora da rede pública de Teresina tem levado os 510 estudantes da escola CETI Professor Raldir Cavalcante Bastos, no Renascença, a uma realidade muito distante daquela vivida diariamente em sala de aula. O projeto “Arte na praça” ensina os alunos, em situação de vulnerabilidade, a produzirem bolsas e quadros e tem feito tanto sucesso que uma empresa do Rio de Janeiro já encomendou as peças.

A ideia surgiu ainda em 2015 pelo esforço pessoal da docente Rose Magalhães. Ela já tirou do próprio salário para comprar ferramentas e equipamentos de pintura e telas para montar a oficina. Os meninos e meninas exploram a própria criatividade e criam peças exclusivas para eles mesmos e para presentear, melhoram a autoestima e a interação entre eles. Além disso, os jovens se familiarizam com uma rotina que pode se tornar ofício no futuro.

“Queria que os alunos melhorassem no rendimento escolar porque eu via que as provas não estavam muito boas e daí surgiu a ideia de fazer uma atividade que ajudasse essas crianças a ficarem mais quietas e calmas, e com a arte proporcionei isso. A cada um mês trabalhamos um tema diferente como as caricaturas, autores da literatura, da arquitetura, da natureza do estado”, disse.

Os alunos passam o dia na escola e essa proposta facilita a interação entre quem participa. “Produzimos telas com moldura e sem molduras, bolsas de lápis ou para notebooks e bolsas retornáveis para supermercados”, conta e em seguida continua “Muitos só querem sair à noite porque querem terminar o bico de uma arara”, diz rindo.

As peças fabricadas pelos alunos são vendidas com preços populares na loja virtual, em contato com a professora (86) 9 9904-4877 e também em espaços públicos da cidade. A cada última sexta-feira do mês os alunos levam as peças para as praças, essa é uma forma de ajudar o projeto. Os interessados em ajudar podem fazer doações de tintas, pincéis e telas diretamente na escola. “Todo o dinheiro arrecadado é investido na compra de telas, tintas e pincéis para todos, e isso vai beneficiando mais alunos, nós começamos com 8 e hoje temos 510 alunos pintando muito”, conta Rose.

Em uma viagem ao Rio de Janeiro, a professora levou peças que conquistou a direção de uma associação. Ela recebeu R$ 2 Mil da direção de uma empresa para compra de material. Como forma de contribuição, 150 bolsas e 50 quadros já foram enviados para os associados da sede no Rio. O retorno trará mais visibilidade para os trabalhos.

Estudantes transformam arte em hobby

Segundo a professora, a intenção não é a formação profissional dos jovens, mas um exercício da criatividade, promoção do autoconhecimento e da autoestima. A pintura já é uma das atividades preferidas pelos estudantes.

O aluno do 1º ano do ensino médio, Deyvid Monteiro, 15 anos, se interessou pelo hobby. Morador do bairro, o adolescente é assíduo. Ele sonha em cursar arquitetura quando terminar o ensino médio. “Quero fazer esse curso porque traz a arte que é tudo aquilo que vivemos”, definiu.

Colega da turma de Deyvid, a aluna do 1º ano, Layne Maria, 16 anos, nunca estudou numa escola que tinha pintura ou algo parecido. “Aqui aprendi a desenvolver a criatividade, a concentração. Comecei a me sentir confiante e agora sei que tenho capacidade para fazer”, expressou. Indagada se o ofício da arte lhe trouxe resultado ela afirmou: “quero ser professora de arte ou história”.

O CETI Raldir Cavalcante é bem avaliado. A direção da escola vem alcançando as metas e hoje a escola tem nota de 7,1 no Ideb, um resultado do esforço de todo um projeto pedagógico que, de escadinha, já conquistou os alunos.



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