Árvores ajudam a amenizar o calor de Teresina

Teresina atingiu a marca de 1 milhão de mudas produzidas nos viveiros mantidos pela Prefeitura

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Quem não gosta da sombra de uma árvore? Em Teresina, em pleno B-R-O-Bró, achar uma copa frondosa de uma mangueira ou cajueiro é uma bênção ante o calor. Além da sombra, as árvores são seres vivos importantíssimos para a sobrevivência humana, pois são responsáveis até mesmo pelo oxigênio que respiramos.

A boa notícia é que a Prefeitura de Teresina chegou à marca de um milhão de mudas distribuídas ao longo de 12 anos de arborização. As mudas estão disponíveis em dois pontos de produção: um que fica na zona Leste, na Avenida Raul Lopes, e também na zona Norte, no Mocambinho. Nestes espaços o poder municipal mantém e produz mudas de mangueiras, ipês, cajueiros, palmeiras e muitas outras. Em pleno setembro, os cajus e mangas colorem as árvores em cachos coloridos.

Para chegar nesse processo, foi um longo caminho. É o que explica Clóvis Júnior, coordenador de arborização da capital. “Fizemos o plantio simbólico da muda de um milhão. Essas mudas foram doadas e distribuídas durante este tempo. Comemoramos no dia 30, plantando a muda de um milhão no Parque Ambiental Matias Matos, no Mocambinho”, explica.

As mudas são distribuídas nas residências, plantadas na beira de rios, praças e espaços públicos. “Nós fizemos o projeto Verde Que Te Quero Verde, de 2006 até 2012. Foram 364 mil mudas em toda a cidade. Avenidas, praças, parques ambientais, viveiros municipais e distribuídas em bairros. Em 2013, lançamos o Teresina Mais Verde, que de abril até setembro deste ano chegamos a 636 mil mudas. Em nosso novo projeto foi criado o Caminhão do Verde, que vai percorrer os bairros distribuindo mudas em quintais e jardins”, contabiliza o coordenador.

A meta é fazer mais um milhão de mudas distribuídas em menos tempo. “Nossos dois viveiros municipais as pessoas podem receber gratuitamente até 10 mudas de plantas por residência. São plantas frutíferas e nativas. Alcançamos essa meta de 1 milhão e vamos plantar mais um milhão nos próximos 10 anos. A população foi quem mais contribuiu”, revela Clóvis.

Arborização é uma questão de saúde pública

O processo de arborização parte de um princípio não só estético, com a mera finalidade de embelezar as cidades ou prover frutas. É o que explica a bióloga Mariana Lenara, especialista em ecologia pela Universidade Federal do Piauí. “É uma questão de saúde pública. Um ambiente arborizado é mais úmido, é mais fresco, sombreado. É um ambiente melhor para se viver, fora a manutenção da biodiversidade vegetal, base da cadeia alimentar”, explica.

Todo um sistema é beneficiado quando se pratica arborização. “Arborizar Teresina é uma necessidade para que retomemos o título de verde cap, de capital verde. Eu acredito que isso deve ocorrer com a valorização da flora regional. Estamos em uma região com uma grande variedade de plantas, apesar de nem tudo poder ser plantado na área urbana, por conta da estrutura das casas. Mas com estudo mais aprofundado, isso é plenamente possível”, analisa Mariana Lenara.

A bióloga avalia de forma positiva a iniciativa da PMT. “A marca da Prefeitura de Teresina de um milhão de mudas é louvável. É uma ideia que deveria ser copiada por outras prefeituras, distribuindo mudas também. É um número razoável, quanto mais árvores plantadas, melhor. Seja no quintal ou na porta de casa. Esperamos que esse trabalho permaneça, e valorizando a flora local”, completa a especialista em ecologia.

Juntos, os dois viveiros de Teresina produzem uma média de até 20 mil mudas por mês. Cerca de 60 espécies de plantas nativas, frutíferas e ornamentais são produzidas nos viveiros da capital. Dentre elas estão os ipês amarelo e branco, ata, maracujá, caneleiros, caroba, jasmim, laranja, margarida, flamboyant mirim, açaí, havaí, caracol, goiaba, caju, jaca e manga.

O viveiro da zona Leste fica localizado na Avenida Raul Lopes, próximo a uma casa de shows e ao balão que leva ao setor de esportes da Ufpi. Já o viveiro da zona Norte fica na Avenida Duque de Caxias, bairro Mocambinho. (L.A.)

Árvores contribuem para diminuir o aquecimento global

Já ouviu falar que uma árvore funciona melhor que um ar-condicionado? As árvores naturalmente resfriam o ambiente, a partir do processo de fotossíntese, onde ocorrem as trocas gasosas. Durante esse processo, as plantas absorvem gás carbônico, amenizando o efeito estufa, e liberam oxigênio, fundamental à vida.

As pessoas precisam participar desse processo. “Oriento que as pessoas escolham plantas adaptadas a nossa região e abrir mais a cabeça. É possível fazer um jardim arbustivo, que também melhora a temperatura e cria microclimas. Além de alegrar, deixa a casa mais bonita com o colorido das plantas”, avalia a bióloga.

Em relação ao aquecimento global, podemos pensar no microclima do próprio quintal. “Se todo mundo tiver um grupo vegetal em casa, ajuda bastante. Além de reduzir o consumo de carne. Pois pastagens são feitas em região onde haveria mata nativa. São vários fatores que amenizam o aquecimento global, como o uso de energias renováveis. Pense duas vezes antes de comprar algo novo. Será que realmente precisa? É um processo coletivo”, finaliza Mariana Lenara.

Processo de produção de mudas acontece em quatro etapas

Quem vê um belo pé de ipê florado no mês de agosto não imagina que aquela exuberância partiu de uma muda, assentada em um saco de polietileno. Para fazer belas árvores crescerem, é preciso de um cuidado especial que vai da colheita, até o processo de maturação na sementeira, a recuperação dela após ensacada e enfim a distribuição.

Munido de varas, pequenas foices e recipientes plásticos, os agentes de produção de mudas da Prefeitura de Teresina são capacitados para colher, plantar e recolher as mudas para a maturação. “Caju planta com a castanha virada para baixo, depois de pegar o caju lá em cima, com a aparadeira. Para colher as sementes de palmeira uso a foice”, demonstra o agente Gilberto.

As castanhas que darão origem ao cajueiro são colhidas de árvores matrizes, que dispõe de boas sementes para a reprodução. “Após a coleta, é feita uma seleção e elas são plantadas na sementeira para que possamos passar para os sacos de polietileno. Tecnicamente chamamos esse processo de repicagem. Ao todo temos 12 sementeiras, que produzem plantas nativas e frutíferas”, acrescenta o coordenador de arborização.

Clóvis explica que este é um período fértil para muitas plantas produzidas no Centro de Distribuição de Mudas do Mocambinho. “Após a repicagem, elas ficam 10 dias em recuperação e depois passam para a maturação. Nós estamos em um período que o viveiro aproveita a frutificação de nativas, como ipês, manga, caju e diversas outras espécies”, aponta.

A fase final é a distribuição. “Nós esperamos que as mudas cheguem a um porte do fuste de aproximadamente um metro e oitenta. Nós preparamos cerca de 10 mil mudas que são plantadas pela prefeitura em áreas verdes da cidade, como praças e parques”, conclui Clóvis Júnior.



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