Ativistas fazem nova invasão ao Instituto Royal e soltam roedores

Segundo o delegado Marcelo Pontes, um vigia do prédio relatou à polícia que cerca de 40 pessoas chegaram ao local por volta das 3h

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Um grupo de ativistas fez uma nova invasão ao Instituto Royal, em São Roque (SP), na madrugada desta quarta-feira (13) e levou roedores que ainda estavam no local. Segundo o delegado Marcelo Pontes, um vigia do prédio relatou à polícia que cerca de 40 pessoas chegaram ao local por volta das 3h, usando máscaras e armadas com facas.

O laboratório, que usava cobaias em testes científicos, foi invadido pela primeira vez por um grupo de defensores de animais na madrugada de 18 de outubro. Na ocasião, os ativistas levaram todos os 178 cães da raça beagle que eram usados nos testes, além de sete coelhos. Os roedores permaneceram no local. Dezenove dias após a invasão, o laboratório divulgou o encerramento das atividades na cidade.

Vigias disseram à polícia que foram mantidos reféns enquanto os invasores, que estavam mascarados, entraram no prédio. Os seguranças relatam, ainda, que foram agredidos e roubados pelos invasores. Eles foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba pela manhã para fazerem exame de corpo de delito. Ninguém foi detido.

De acordo com informações da assessoria de imprensa do Instituto Royal, os ativistas quebraram vários equipamentos, carros da empresa e dos seguranças e levaram cerca de 300 roedores, além de documentos e computadores. O Instituto Royal não informa quantas pessoas ainda trabalhavam no local após o encerramento das atividades.

No momento da invasão, segundo o laboratório, três seguranças estavam no local.

Grupos ativistas publicaram e compartilharam fotos da nova invasão em redes sociais. A polícia vai tentar identificar os envolvidos. O Instituto Royal registrou um boletim de ocorrência por conta da invasão.

Entenda o caso

O Instituto Royal ficou conhecido em todo o país após ter sido invadido por ativistas na madrugada de 18 de outubro. Todos os cães da raça beagle que eram usados no laboratório foram levados. Os ativistas acusavam o laboratório de maus-tratos, o que instituto nega.

A invasão acendeu o debate sobre o uso de animais em testes científicos em todo o país e motivou uma investigação sobre as práticas adotadas pelo laboratório.

Dos 178 cães levados, quatro foram localizados abandonados na região de São Roque. O quinto cão foi resgatado pelo próprio Instituto Royal, por meio de uma ordem judicial, após o laboratório descobrir pelas redes sociais que o animal estava em uma casa, em Valinhos (SP). Inicialmente, o instituto alegou que resgatou o animal por conta de um anúncio de venda em um site da internet, mas depois voltou atrás e informou, apenas, que o animal pertence ao laboratório e, por isso, foi resgatado.

Um acordo firmado entre a Polícia Civil e a Comissão de Proteção aos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Sorocaba (SP) em 29 de outubro determinou que todos os beagles encontrados e devolvidos sejam levados a três ONGs que cuidam de animais em Sorocaba.

O promotor do Ministério Público Wilson Velasco Junior, de São Roque (SP), disse que, mesmo com o fechamento do Instituto Royal, as investigações vão continuar para verificar as irregularidades. Ele aponta que o credenciamento do laboratório estava legal e que o próximo passo é abordar se houve maus-tratos a animais no local. O MP recebeu as denúncias em 2012, quando começou a investigar o laboratório.

O Royal divulgou o encerramento das atividades em São Roque em 6 de novembro, 19 dias após a primeira invasão. Na ocasião, o laboratório disse, em comunicado, que o encerramento das atividades estava relacionado às "elevadas e irreparáveis perdas" que sofreu com a ação dos ativistas, o que significou "a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas". A empresa também atribui a decisão à crise na segurança, que coloca "em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores".

Criado em 2005, o Instituto Royal é uma organização de sociedade civil de interesse público (Oscip) e está regularmente credenciado junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por regulamentar o uso de animais em pesquisas no país.



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