Homofobia: Preconceito tem feito jovens alunos abandonarem escola

A audiência teve como proponente a vereadora Rosário Bezerra e contou com a participação de diversos setores do poder público e movimentos sociais

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Primeiro casamento gay em praça pública em Teresina | Arquivo Meio Norte
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Embora tenham sido muitas as conquistas no que se refere ao respeito às minorias, ainda são muitas as pautas de reivindicação dos setores oprimidos da sociedade, sobretudo as parcelas mais discriminadas, que cada vez mais têm o sentimento de que só através de luta se muda a vida, apesar de um profundo arrefecimento dos movimentos sociais identitários, como aqueles que lutam contra a homofobia, percebe-se que estes ainda estão em movimento.

A manhã de sexta-feira foi importante para os movimentos sociais que lutam pela liberdade ao amor, para que sejam garantidos os direitos sexuais, pois abriu-se a oportunidade de mais uma audiência pública para debater o tema.

A audiência teve como proponente a vereadora Rosário Bezerra e contou com a participação de diversos setores do poder público e movimentos sociais.

Rosário Bezerra lembra que apesar dos avanços ainda se tem muito o que conquistar, daí a necessidade de estar permanentemente atento às causas.

?É possível um mundo sem homofobia?, diz. Sobre essas possibilidades e sobre as emergentes necessidades que os movimentos sociais LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) foram reivindicar.

?Temos a necessidade de que as políticas públicas que foram reivindicação dos movimentos sociais sejam de fato concretizadas. As coisas devem ser mais feitas do que só faladas.

As políticas públicas estão praticamente emperradas, como falta de estrutura para operacionalização, como as delegacias especiais?, diz Maria José Ventura, representante do Matizes.

Preconceito tem feito jovens abandonar escola

Outro ponto veementemente reivindicado pelo setor é a compreensão de que o preconceito na sociedade tem feito jovens e adolescentes abandonarem a escola, abandonarem muitas vezes seus lares e a consequência disso é sentida na vida adulta, com as dificuldades refletidas na exclusão dos postos de trabalhos formais.

Costumeiramente homoafetivos são colocados na escória da exploração do corpo, nas áreas do trabalho informal, principalmente em setores como beleza e cozinha.

Para Maria Laura dos Reis, nome social, a luta do movimento também está ligado à necessidade de se retirar estigmas que são responsáveis por negar o direito ao trabalho, principalmente às travestis.

"A sociedade criou um preconceito que diz que nós não somos capazes, no entanto isso não passa de mais um tipo de opressão. Durante muito tempo da minha vida tive que exercer a função na área de beleza, não era uma coisa que eu gostava, mas tinha que fazer porque não achava outro emprego.

Hoje eu exerço uma função no setor público e faço o que eu gosto, que é ligado às causas sociais", conta Maria Laura, que apesar de ter nascido homem jogou o preconceito para fora e assumiu uma identidade de mulher.

O preconceito é tão forte que na mesma semana do Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, a comunidade e o movimento LGBT se deparam com o caso de transfobia institucional, expressa no Edital do Concurso Público para o ingresso no Quadro da Polícia Militar do Distrito Federal, por intermédio da

Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), o qual, dentre as condições incapacitantes para o certame, são excluídos (as) candidatos (as) com "transtorno de identidade sexual" (travestis e transexuais) do processo de seleção. Revelando assim, além de um preconceito também uma patologização dos indivíduos homoafetivos, ou seja, a caracterização de que se trata de uma doença.



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