Autoridades tem até 4 dias para resgate de meninos de caverna

A previsão é de que as chuvas se intensifiquem nos próximos dias

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Uma forte chuva atingiu o Norte da Tailândia neste sábado, piorando as condições na caverna onde as equipes de resgate travam uma "guerra contra água e tempo" para salvar 12 garotos presos e seu técnico de futebol, com um resgate possível dentro de dias. As autoridades tailandesas acreditam ter de três a quatro dias para libertar o grupo. A estratégia é manter o foco na redução dos perigos da operação de resgate, mas a volta da precipitação pode forçar ou atrasar o início do processo.

As autoridades se mantêm alertas sobretudo ao ar, cada vez mais tóxico dentro da câmara. O governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osatanakorn, disse neste sábado que a operação para drenar a água ao longo do caminho de 3,2 quilômetros até onde os meninos estão abrigado há duas semanas foi "muito bem-sucedida" e resistiu às chuvas.

— Hoje choveu, mas o nível da água ainda está em numa altura satisfatória — disse ele.

Mas, como observou Osatanakorn, a previsão é de que as chuvas se intensifiquem nos próximos dias e se tornem torrenciais no início da próxima semana, dando aos resgatadores apenas alguns dias para extrair os meninos e seu treinador de 25 anos.

— Os próximos três a quatro dias serão o momento mais favorável para a missão de resgate usando um dos planos de ação — disse Osatanakorn em uma entrevista coletiva no local da caverna. — Se esperarmos muito tempo, não sabemos qual nível a água da chuva vai atingir.

Segundo ele, as fortes chuvas da semana passada tiveram o efeito de um "tsunami" dentro da estreita e irregular rede de cavernas onde os meninos ficaram presos em 23 de junho.

Dois fatores determinarão quando um operação de resgate será montada. O primeiro é a qualidade do ar dentro da câmara onde estão os meninos. E Osatanakorn disse, na sexta-feira, que os níveis de oxigênio no local caíram para 15% — abaixo dos níveis saudáveis de 21%.

— Se o nível de oxigênio cair abaixo de 12%, isso afetará o cérebro das pessoas dentro da caverna — disse ele. — Eles poderiam entrar em estado de choque.

O segundo fator é a crescente concentração de dióxido de carbono, exalada pelas centenas de trabalhadores de resgate dentro da caverna.

— Não importa quanto oxigênio tenhamos, não podemos sobreviver [com muito dióxido de carbono] porque nosso sangue será intoxixado — comentou Osatanakorn.

TRAJETO DE 11 HORAS

A célula de crise precisa garantir ação rápida. Segundo o governo, os mergulhadores podem levar até 11 horas para resgatar cada adolescente: seis horas para chegar até eles, e mais cinco para voltar — o trajeto de saída tem a corrente a favor.

De acordo com Poonsak Woongsatngiem, funcionário sênior de resgate do Ministério do Interior, o volume de água na caverna já foi reduzido em 40% — numa média de 1,5 centímetros por hora. A intenção é bombear e drenar o suficiente para que as crianças não precisem mergulhar — ou que mergulhem por pouco tempo e com menos risco. No atual estágio, 1,5km do trajeto seria a pé, em terreno seco, e os 2,5km restantes seriam feitos a nado ou em mergulhos mais rasos.

Mas um boletim médico dos adolescentes, obtido pela CNN, mostrou que dois dos garotos e o treinador, de 25 anos, sofrem de exaustão e desnutrição, por causa dos nove dias isolados antes de serem encontrados. E três deles têm problemas intestinais, segundo um mergulhador.

— Se você pede a um garoto de 11 anos que faça um mergulho em que um ex-mergulhador da Marinha especializado teria dificuldades, algumas crianças vão morrer — advertiu, à CNN, o ex-membro de elite da Marinha americana Cade Courtley.

Os receios sobre o resgate fazem a força-tarefa ampliar a busca por chaminés que sirvam de atalho para tirar o time sem mergulhar. Como os meninos respiram normalmente após duas semanas no ambiente, onde o ar é rarefeito, autoridades acreditam ser “muito provável” que haja chaminés ligando a caverna ao exterior.

Enquanto isso, o clima é de otimismo entre os garotos, todos fãs de futebol.

— Sempre perguntam sobre a Copa do Mundo. Disse a eles que as grandes seleções tinham ido para casa — disse um socorrista ao jornal britânico “Guardian”.




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