Barão de Cocais: MP pede bloqueio de R$ 3 bilhões da Vale após alerta

Promotores assinam petição e pede que a Justiça determine o cumprimento de uma lista de medidas consideradas urgentes.

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Diversas medidas consideras urgentes pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais foram encaminhadas à Justiça pedindo que a Mineradora Vale assegure o menor transtorno possível à população da cidade de Barão de Cocais, na Região Central de Minas, que teme o rompimento de uma barragem na Mina Gongo Soco. 

Dentre a lista de medidas, a promotoria pede a ampliação de bloqueio de valores da Vale até o montante de R$ 3 bilhões para eventuais reparações.

Na noite desta sexta-feira (22), a Barragem Sul Superior entrou em alerta máximo para o risco de rompimento e as sirenes foram acionadas. Esta foi segunda vez que os alarmes foram disparados em pouco mais de um mês em Barão de Cocais. A Vale afirmou que elevou o nível de risco da estrutura depois de divergências nos sistemas de monitoramento.

Segundo o Ministério Público, já há um bloqueio específico para Barão de Cocais no valor de R$ 50 milhões e foi requerido o aumento do valor. Outras decisões judiciais já levaram ao bloqueio de mais de R$ 11 bilhões para ações em outras cidades, incluindo Brumadinho.

Reprodução/ Globocop

O documento traz exigências que o Ministério Público quer que a Justiça determine em pelo menos quatro eixos: assistência e segurança dos moradores de área que pode ser atingida em caso de colapso com a Barragem Sul Superior; garantia de recursos em caso de necessidade de reparação; segurança de toda a estrutura do complexo minerário e prestação de informações pela mineradora em curto prazo e de forma periódica.

Na petição, é solicitado também que a Justiça determine a suspensão imediata da operação das demais estruturas e atividades do complexo minerário (barragens, diques, usinas, cavas, transporte, dentre outras) enquanto não demonstrada a integral estabilidade e segurança.

A petição foi encaminhada pela Promotoria de Justiça de Barão de Cocais para a Vara Única da comarca. A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e, pela movimentação processual, ainda não houve decisão.

Veja todos os pedidos feitos pela promotoria à Justiça:

  • Abrigamento e acolhimento de pessoas e animais pela Vale em hotéis, pousadas, imóveis locados, arcando com os custos relativos ao traslado, incluindo o transporte de carros, além de total custeio da alimentação, medicamentos, transporte;
  • Assegurar aos desalojados integral assistência, incluindo assistência médica e de transporte escolar, com equipe multidisciplinar de assistentes sociais, psicólogos e médicos;
  • Apresentar, no prazo de 24 horas, plano e informações detalhadas sobre as pessoas e animais que estão sendo realocados, os locais onde estão ou serão abrigadas/recolhidos;
  • Apresentar relatório sobre as pessoas que não quiseram deixar suas casas, e, a partir de então, atualização das informações com periodicidade semanal;
  • Iniciar imediatamente ações de remoção dos bens de uso pessoal das residências e dos veículos dos atingidos que tiveram que ser removidos das suas residências;
  • Adotar vigilância, ainda que remota, das propriedades públicas e privadas em todas as áreas em que ocorrer evacuação de pessoas, com vistas a evitar saques, vandalismos ou outras condutas criminosas;
  • Aumenta do bloqueio pela Justiça de valores da Vale, ampliando-o até o montante de R$ 3 bilhões;
  • Suspensão imediata pela Vale da operação das demais estruturas e atividades do complexo minerário onde está situada a Barragem Sul Superior (barragens, diques, usinas, cavas, transporte, dentre outras) enquanto não demonstrada a integral estabilidade e segurança;
  • Atualização e apresentação pela requerida, no prazo de 72 horas, de estudo atualizado de ruptura (dam break), considerando a zona de impacto como um todo (mancha de inundação que deve estar descrita no estudo hipotético de ruptura – dam break);
  • Apresentação, em 72 horas, de medidas a serem adotadas para evitar a poluição de cursos d’água, a exemplo dos rios São João e Doce, e outros mananciais;
  • Apresentação de relatórios diários sobre a condição de estabilidade da Barragem Sul Superior, enquanto perdurar o nível 3, de emergência;
  • Revisão, no prazo máximo de 5 dias, dos fatores de segurança de todas as estruturas integrantes do complexo minerário onde está situada a Barragem Sul Superior;
  • Proposição de projetos de engenharia para as estruturas que não atendam aos fatores de segurança
  • Apresentação, no prazo máximo de 5 dias, do plano de ações visando à garantia da estabilidade e segurança da Barragem Sul Superior, assegurando-se a neutralização de todo e qualquer risco à população e ao meio ambiente.


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