Bebê de três meses morta por carro é enterrada e mãe se sente culpada

Ela se responsabiliza por não ter tido tempo de puxar o carrinho onde a menina estava e que acabou atingido pelo carro.

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Depois de ver a filha Kawany Victoria de Souza, de apenas 3 meses, morrer atropelada na sua frente, Jéssica Roberta Agostinho, de 22 anos, agora se culpa pelo acidente. Ela se responsabiliza por não ter tido tempo de puxar o carrinho onde a menina estava e que acabou atingido pelo carro.

- Tô (sic) muito mal. Tinha que ter feito alguma coisa. Ainda não caiu a ficha. Não quero nem ver esse monstro (o motorista do carro). Quero que ele pague na Justiça - disse a jovem, nesta quinta-feira.

Parentes que passaram a madrugada consolando Jéssica contaram que tentaram aliviar o sofrimento dela.

- Não adiantava a gente dizer que não tinha como (ela puxar o carrinho), que foi tudo muito rápido. Ela acha que foi culpada, que tinha que ter salvado a filha. A gente pede que Deus consiga confortar o coração dela, que tire esse pensamento da cabeça dela. A família está péssima. Nem sei explicar a dor que estamos sentindo - disse Sheila Alcântara, de 50 anos, tia-avó de Kawany.

Sheila é mãe da madrinha da menina, Karen Kmiciak, de 21 anos, que estava com Jéssica no momento do atropelamento.

- A Kawany vivia na minha casa. Eu era praticamente avó dela - contou a mulher.

A bebê era a mais nova de três irmãos - um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano e meio. As duas crianças ainda não sabem o que aconteceu.

- A de 1 ano não tem muita noção das coisas. Já o outro percebeu a agitação, mas a gente não contou nada. Os pais ainda não tiveram condições de conversar com ele. A Jéssica está cuidadando do velório da Kawany e o pai, Jefferson, está passando mal, de cama - disse Sheila.

Kawany foi velada na Associação de Moradores da Vila Vintém, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. O enterro aconteceu no Cemitério do Murundu, em Realengo. A mãe de Kawany vestiu uma camisa com os dizeres: "Anjinho Kawany Vitória, saudades eternas".

- A família toda contribuiu com alguma quantia para fazermos, pelo menos, um enterro digno para essa menininha que nem teve tempo de viver direito - disse a tia avó.

Depois do sepultamento, Sheila fez um desabafo:

- A impunidade virou moda no Brasil. Essa é a verdade, infelizmente. Minha neta não é a primeira nem vai ser última. O pior é que não vai acontecer nada com ele (o motorista).

?Cadê minhas cervejas??

O atropelamento foi por volta das 14h desta quarta-feira, na esquina das ruas Figueiredo Camargo e General Gomes, em Padre Miguel. Kawany estava num carrinho conduzido pela mãe. As duas iam comprar salgadinhos para o batizado da bebê, que ocorreria no próximo domingo. Foi quando o Fiat Uno dirigido por Jorge Luiz da Silva, de 57 anos, atingiu o carrinho.

- Minha filha disse que quando ele saiu do carro, ao invés de se preocupar com o estado da criança, simplesmente perguntou: ?Cadê minhas cervejas??. Foi aí que a população se revoltou - contou Sheila.

Jorge Luiz foi agredido e está internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, com um quadro de traumatismo encefálico. Ele está no CTI e, segundo a Secretaria de Saúde, seu estado é estável. Policiais da 34ª DP (Bangu) investigam se ele estava embriagado no momento do acidente. Caso isso seja comprovado, Jorge poderá responder por homicídio doloso (quando há intenção).

Um outro inquérito aberto na delegacia apura quem foram os responsáveis pelo espancamento sofrido pelo motorista.



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