Brasileira conta em entrevista que via terrorista em bar perto do jornal com frequência

A dois passos de onde eu moro, há uma importante mesquita frequentada por alguns fervorosos“, relata.

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A acreana Zinha Ruela vive em Paris há 18 anos e mora no 11º arrondissement, bairro em que fica a sede do jornal satírico 'Charlie Hebdo', que sofreu um atentado na quarta-feira (7), em que 12 pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas. Ela conta que conhecia de vista um dos irmãos suspeitos do atentado. Chérif Kouachi, de 32 anos, segundo ela, costumava frequentar um bar nas proximidades, onde a comunidade mulçumana se reúne. Para Zinha, o ataque foi uma surpresa, já que Chérif parecia uma pessoa tranquila.

"Ao lado do meu prédio há um bar onde jovens da comunidade mulçumana se reúnem para tomar um cafezinho. Alguns parecem meio revoltados e outros têm comportamento normal, dizem até 'bom dia'. A dois passos de onde eu moro, há uma importante mesquita frequentada por alguns fervorosos", relata.

No bairro onde ocorreu o ataque terrorista, de acordo com Zinha, várias comunidades convivem em harmonia em meio a igrejas católicas, mesquitas e sinagogas. Lá, vive uma grande variedade de estrangeiros. Em seu prédio, segundo ela, moram diversos policiais, o que a deixa particularmente emocionada com os atentados nos últimos dias.

 "No prédio onde eu moro 99% dos locatários são policiais ou funcionários de polícia. Pessoas que são atacadas como se fossem meras figurinhas nos estandes de tiro e chumbinho em quermesses", conta.

Como convive com gente de várias nacionalidades, ela também se compadece pelos árabes e mulçumanos que são hostilizados em consequência das ações  terroristas. "Árabes, mulçumanos, pessoas de bem, que hoje têm os seus nomes enlameados. É um momento difícil", diz.

No entanto, ela acredita que os ataques não devem parar. "Al-Qaeda enviou vídeos ameaçando a França. Os ataques continuarão", ressalta.

Zinha afirma que Paris está em luto pelos últimos acontecimentos. "Esta não é a minha pátria mãe, mas tornou-se de certa forma a minha pátria pai. Hoje estamos todos um pouco mortos com os últimos eventos, a emoção é grande. Toda uma nação foi ferida, baleada, ensanguentada. Toda uma nação está de luto", disse.

Zinha conta que neste domingo haverá uma marcha em memória das vítimas do ataque. "Parece que todos estão anestesiados. Amanhã [domingo], haverá uma grande marcha, líderes do mundo todo confirmaram presença. A cidade aos poucos está se preparando para essa manifestação, que será gigantesca", diz.

A acreana lamenta ainda o ataque à liberdade de expressão. "Aqui, sendo o país dos direitos humanos, o país do la liberté, l'égalité, la fraternité [da liberdade, igualdade e fraternidade], quando tenta-se calar a voz da imprensa, cala-se a voz do povo", afirma.

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