“Cafetina do mensalão” ainda abala capital federal

O depoimento-bomba do sócio de Valério, em 2005, levou Jeany aos holofotes.

Jeany Mary Corner | Divulgação
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Passados sete anos desde que ficou conhecida como a "cafetina do mensalão", por "fornecer meninas" a festas bancadas por Marcos Valério a parlamentares no início do governo Lula, Jeany Mary Corner continua na ativa e atazanando casamentos. De lá pra cá, a mais conhecida agenciadora de garotas de programa de luxo da capital federal se mantém longe dos holofotes para preservar a discrição do ofício. Mas bastam breves aparições para estremecer meio mundo político e, com isso, garantir que a fonte nunca seque ao fim de cada mês.

Uma realidade de poucas. Não serve muita maquiagem, roupas curtas demais nem jeito vulgar. As meninas de Jeany entendem inglês e espanhol. São contratadas não só para sexo, mas para serem agradáveis e "nunca encher o saco do cara". Não fazem escândalo. Mas, no primeiro semestre, Jeany deu azar. As juras de um parlamentar subiram à cabeça de uma menina, que cresceu o olho na fortuna do cliente e ligou para a esposa dele. O erro custou à cafetina ameaças e nova temporada forçada em São Paulo.

"Só não foi pior porque a mulher não quis escândalo. Ele falou que ia dar um tiro na cabeça da menina e da Jeany", conta outra garota, dispensada após o ocorrido.

Ela aguarda ansiosa a volta da antiga chefe. Hoje, consegue R$ 500 por programa, em casas noturnas. Com Jeany, ganha pelo menos o dobro, nas festinhas em mansões no Lago, suítes presidenciais ou apartamentos funcionais. Com o dinheiro que juntou quando trabalhava para a cafetina, comprou um carro e metade de seu apartamento.As meninas de Jeany entendem inglês e espanhol. São contratadas não só para sexo, mas para serem agradáveis.

Não foi a única a lucrar. Ganhar crédito com políticos é o objetivo de financiadores das farras abastecidas por Jeany. Como foi no namoro de Marcos Valério com dirigentes do PT recém-chegado ao poder. Pelo menos duas festas bancadas por meio de seu sócio Ricardo Machado chegaram ao conhecimento da PF nas investigações do mensalão.

Em 9 de setembro e em 5 de novembro de 2003, os tapetes persas da suíte presidencial do Hotel Grand Bittar foram cenário de festas regadas a Veuve Cliquot, uísques 15 anos e dezenas de latas de energético para garantir euforia com as meninas de Jeany.

O depoimento-bomba do sócio de Valério, em 2005, levou Jeany aos holofotes. Em 2006, continuou presente, capaz de constranger autoridades envolvidas no mensalão. O preço do seu silêncio ficou mais caro, garantem dois parlamentares ouvidos pelo Globo e procurados por emissários dela. Um relatório com detalhes dos encontros com autoridades passou a circular pelas mãos certas, o assunto foi resolvido e morreu.

Jeany foi dispensada pelo então procurador-geral da República Antônio Fernandes de Souza de falar à Justiça o que sabia sobre o mensalão. Localizada pelo Globo, não quis falar.

"Não sou celebridade. Não quero saber de jornalista. Saí há mais de um ano desse negócio, agora tenho é um salão de beleza", disse, desligando o telefone.



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