Cai desigualdade entre municípios brasileiros, diz Firjan

Apesar do diagnóstico, a desigualdade entre os municípios continua grande

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O crescimento econômico do país em 2006 reduziu a desigualdade do grau de desenvolvimento entre os municípios brasileiros, aponta estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio). Em índice calculado pelo segundo ano consecutivo pela entidade, a média nacional de desenvolvimento das cidades subiu 3,47% em 2006 comparado a 2005.

Apesar do diagnóstico, a desigualdade entre os municípios continua grande. O alto desenvolvimento está concentrado no Sul/Sudeste, enquanto Norte/Nordeste apresentam resultado regular. Para dar um exemplo, as 27 melhores cidades no ranking estão no Estado de São Paulo, o mais rico do país.

Apenas 4,5% das cidades apresentaram em 2006 alto grau de desenvolvimento, contra 4,2% em 2005. Mas a proporção de cidades com desenvolvimento baixo, no critério da Firjan, caiu de 3,6% para 2,1% no mesmo período.

A cidade melhor colocada foi São Caetano do Sul (SP), com 0,9524, e a pior, Santa Luzia (BA), com 0,2928 -- o indicador varia de 0 a 1, sendo o maior o mais elevado grau de desenvolvimento.

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) usa no cálculo dados de emprego, renda, educação e saúde enviados pelos municípios ao governo federal. A alta no resultado do país foi puxada por emprego e renda, que subiu 9,8%. Saúde e educação ficaram estáveis (o primeiro, com leve alta de 1,6% e o segundo, leve queda de 0,9%).

Para os técnicos da Firjan, o resultado indica uma queda na diferença de desenvolvimento entre os municípios. A maioria das cidades (59,1%) obteve índice entre 0,5 e 0,7, que engloba a última faixa de desenvolvimento regular e o primeiro do moderado, segundo o critério da Firjan. Em 2005, 54,5% estavam nesta faixa, e em 2000, 48,5%.

"Esperávamos uma estabilidade maior em educação e saúde na medida que de um ano para outro é muito difícil ter resultados nessa área. A evolução positiva se dá basicamente por municípios que saíram da faixa mais abaixo e migraram. Apesar desse processo de redução da desigualdade, ela ainda é muito grande", afirmou Luciana de Sá, diretora de desenvolvimento econômico da Firjan.

Em 2006, o país registrou alta de 4,0% no PIB (Produto Interno Bruto), 13% de aumento real no salário mínimo e alta de 1,2 milhão na criação de empregos formais.

Para Rogério Boueri Miranda, coordenador de Desenvolvimento Federativo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a recuperação do salário mínimo contribuiu indiretamente para a melhora do emprego e renda em cidades pequenas.

"Há pequenas cidades no Nordeste onde a maior "folha de pagamento" é da Previdência. Ela dá um impulso muito grande nestas cidades".

O resultado do novo índice reforça a tese de interiorização do desenvolvimento. Entre os 100 melhores municípios, 79 têm menos de 300 mil habitantes. A melhora nas capitais foi de 2,1% --abaixo da média do país. Mas duas delas ascenderam ao grupo dos 100 melhores (São Paulo e Belo Horizonte), juntando-se a Vitória e Curitiba, que já constavam em 2005.

Entre as capitais, Curitiba, com 0,8546, saiu da liderança e caiu para o terceiro lugar. Vitória é a mais desenvolvida do grupo (0,8642), seguida de São Paulo (0,8568).

O Estado do Rio de Janeiro juntou-se em 2006 a Paraná e São Paulo no grupo dos Estados com alto grau de desenvolvimento (acima de 0,8).

SP segue concentrando a maioria das melhores cidades do país, tendo 81 entre os 100 melhores municípios --ano passado, eram 87. O bom resultado de SP é fruto, principalmente, dos dados educacionais.

Já o Norte e o Nordeste concentram as 100 piores cidades, sendo 34 na Bahia, 10 no Piauí e 9 no Amazonas.



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