Casa Branca diz que gripe suína pode matar até 90 mil nos EUA

Segundo os especialistas, o previsível ressurgimento do vírus no outono (hemisfério norte), somado ao início do ano letivo poderiam causar a infecção

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 O Conselho de Assessores de Ciência e Tecnologia da Casa Branca divulgou nesta segunda-feira relatório no qual diz que a gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), é "séria ameaça" e que pode matar entre 30 mil e 90 mil americanos, principalmente crianças e jovens, no próximo outono --que começa no fim de setembro deste ano.

"O relatório afirma que a atual cepa representa uma "séria ameaça sanitária" à nação. A questão não é se o vírus é mais fatal do que outras linhagens de gripe, e sim se ele pode infectar mais pessoas do que o comum, porque é um novo vírus contra o qual poucas pessoas têm imunidade", afirmou a Casa Branca.

Segundo os especialistas, o previsível ressurgimento do vírus no outono (hemisfério norte), somado ao início do ano letivo poderiam causar a infecção de entre 30% e 50% da população do país. As projeções indicam ainda que até 1,8 milhão de americanos poderiam ser admitidos em hospitais, com cerca de 300 mil precisando de tratamento intensivo. "Estes pacientes mais afetados poderiam ocupar de 50 a 100% dos leitos de unidades intensivas nas regiões mais atingidas pela epidemia, gerando forte tensão nestes centros médicos, que já funcionam em seu limite em tempos normais", destacam os especialistas. A epidemia de gripe suína poderá provocar ainda de 30 mil a 90 mil mortes nos EUA, com uma maior concentração de casos entre crianças e adultos jovens.

Como comparação, a gripe comum mata no mesmo período entre 30 mil e 40 mil pessoas nos EUA, especialmente pessoas com mais de 65 anos. PUBLICIDADE O documento avalia ainda a resposta que a administração de Barack Obama deu à propagação do vírus nos últimos meses e fornece uma série de recomendações a respeito. Entre elas se destaca a de acelerar a preparação da vacina para que seja distribuída aos grupos mais vulneráveis, uma tarefa que, segundo o Departamento de Saúde, só estará concluída no Dia de Ação de Graças, comemorado este ano em 26 de novembro.

O governo quer que os laboratórios e farmacêuticas acelerem os testes da vacina contra a gripe suína para garantir uma campanha de vacinação antes do inverno no hemisfério norte. Além de acelerar a produção da vacina, os especialistas recomendam "facilitar o desenvolvimento de outros antivirais, favorecer a implantação de pontos de diagnóstico rápido, e melhorar a vigilância médica e as medidas de supervisão dos animais". Os especialistas afirmam ainda que é necessário atualizar o sistema de monitoração da epidemia, acelerar o desenvolvimento de estratégias de comunicação para divulgar mensagens de saúde pública, e criar uma figura na Casa Branca cuja missão seja coordenar as decisões que dizem respeito à epidemia nos diferentes departamentos.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Brennan, assegurou em comunicado que Obama discutiu todos estes aspectos com o Conselho e agradeceu suas recomendações, que transmitiu aos departamentos de Saúde, Educação e Segurança Nacional. Cautela O mesmo relatório ressalva, contudo, que é "pouco provável" que o vírus H1N1 se assemelhe à pandemia mortal de 1918-1919 --conhecida como gripe espanhola e que matou milhões de pessoas no planeta.

Os especialistas afirmam que a severidade do impacto da nova gripe dependerá do comportamento dos indivíduos e por isso reforça as recomendações como lavar as mãos com frequência e permanecer em casa caso seja diagnosticado. O relatório sugere ainda que nos locais de trabalho sejam estabelecidas normas para evitar "que os empregados não se sintam pressionados a comparecer se estiverem doentes". Sintomas A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1.

Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal. Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha o vírus, e examinada em laboratório.

Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos). Cinco empresas preparam tanto as vacinas contra o H1N1 quanto as vacinas contra a gripe sazonal para o mercado norte-americano --AstraZeneca, CSL, GlaxoSmithKline, Novartis e a Sanofi.



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