Chuva se torna pesadelo de moradores em residencial na zona Sul de Teresina

Moradores das regiões mais baixas do Residencial Torquato Neto convivem com o drama do acúmulo de água da chuva que chega a entrar nos imóveis e provocar estragos

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Mal começou o período de chuvas e os moradores do Residencial Torquato Neto, zona Sul de Teresina, já estão apavorados com os alagamentos iminentes. A região vira uma verdadeira lagoa, e os casos de alagamentos em residências são inúmeros.

Segundo a população, basta uma chuva de pequenas proporções para que o estrago esteja garantido. Quem está em casa fica ilhado, e quem está do lado de fora fica impossibilitado de adentrar na própria residência.

A situação é tão grave que vídeos de ruas alagadas da região têm se tornado virais no aplicativo de mensagens instantâneas para smartphones, o WhatsApp.

No último final de semana, uma chuva fraca quase causou uma tragédia para a família de Bruno Carvalho, que mora no Residencial Torquato Neto: “A situação é bastante complicada.

Quando chove tenho que deixar meu carro bem longe de casa, porque não tem como entrar, isso tudo com meu filhinho de 5 meses. Acontece isso com muita frequência. E enfrentar a correnteza que fica na rua é bastante difícil, quase derrubou minha sogra”, afirma.

A rua de Bruno Carvalho se transforma em um verdadeiro rio, pois a água de todo o bairro acaba se concentrando lá.

A água ultrapassa a altura das calçadas, e depois que escoa deixa um rastro de destruição, com o calçamento destruído e muita lama nas calçadas: “Aqui é um pesadelo para todos do Torquato Neto.

Eu espero que seja solucionado esse problema o quanto antes para escoar essa água, porque quando começar o inverno vamos ficar à mercê de uma tragédia anunciada”, reclama Bruno Carvalho.

Segundo Anny Caroline, o sonho da casa própria se transformou em desastre após as chuvas, que trouxeram muito prejuízo: “Morar no Torquato Neto foi o sonho que virou pesadelo.

Na primeira chuva a água chegou a entrar na minha casa, só não foi pior porque acordamos durante a noite. Mas a água entrou no meu carro, e tivemos um prejuízo de mais de R$ 500 para poder trocar o carpete, que ficou podre”, afirma.

Segundo a moradora, a construtora está a passos lentos realizando uma reforma em sua casa, para evitar que a lama invada a residência: “A construtora está realizando um serviço na minha casa depois da primeira chuva, porque ficou inviável entrar e sair de casa por causa da lama. Faz um mês que eles começaram essas obras, eles estão terminando agora depois de muita luta”, declara, insatisfeita, a moradora.

População cobra construção de galeria

Para os moradores, o que falta no Torquato Neto é uma galeria de grande porte para escoar toda a água que se acumula em pontos da região, principalmente os mais baixos. Enquanto a solução não vem, é claro que quem sofre é o povo que se vê obrigado a conviver com a lama e a sujeira trazida pelas águas da chuva.

De acordo com Fátima Bezerra, sogra de Bruno Carvalho, é inadmissível que construam tantas casas sem terem a preocupação de saber para onde vai a água das chuvas. Ela cobra, de imediato, uma atitude plausível dos responsáveis pelas construções:

"Quando o pessoal sai para trabalhar, não dá para saber se vão conseguir entrar em casa. Na última chuva, a água chegou a mais de meio metro, beirando a calçada. Ninguém faz um bueiro ou uma galeria para pegar a água, só se preocupam mesmo em fazer casas. A gente precisa", diz.

Órgãos responsáveis são avisados do problema

A reportagem buscou informações com a Superintendência de Desenvolvimento Urbano da regional Sul (SDU/Sul) sobre os alagamentos, mas Paulo Roberto, superintendente executivo do órgão, foi tácito:

"O Governo Federal faz um conjunto com cinco mil casas sem se preocupar com a drenagem e sobra para o município resolver. Já notificamos a Caixa e as construtoras responsáveis e até agora não obtivemos retorno", assegura.

Em 2013 a situação foi a mesma, mas a construtora responsável pela obra apenas refez as ruas que foram destruídas pelas águas: "Ano passado eles tiveram o mesmo problema, notificamos a construtora e eles refizeram os calçamentos que foram destruídos pela enxurrada. A ideia é que façam um canal aberto no meio do bairro que capte a água da chuva, senão vai ter enchente todo o ano", afirma Paulo Roberto.

O Manual de habitação do programa Minha Casa, Minha Vida, disponível no site da Caixa Econômica Federal, informa entre outros pontos, que após a liberação das casas para os novos moradores e com duração de até 90 (noventa) dias, o órgão é o responsável por avaliar o processo e produtos realizados, bem como as informações sobre a satisfação do beneciário com relação à moradia e infraestrutura local, inserção urbana e desenvolvimento social da comunidade.

Em contato com a Caixa Econômica Federal, o órgão informou que foi acionado e que a análise técnica da situação com os procedimentos que serão tomados será informada através de nota.



 

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