Compra compartilhada de helicóptero cresce em meio à crise

Grupos de até dez pessoas se reúnem para comprar uma aeronave de forma fracionada

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As dificuldades criadas pela crise econômica mundial aumentaram a procura por uma alternativa ainda pouco conhecida no Brasil: a compra compartilhada de helicópteros.

Grupos de até dez pessoas se reúnem para comprar uma aeronave de forma fracionada, ou seja, dividem os custos de aquisição e manutenção entre elas. No Brasil, o serviço ainda é oferecido por apenas uma empresa, a Helisolutions. E está ajudando bastante no balanço da companhia, que espera crescimento de 20% em sua frota mesmo em meio à crise. Segundo o presidente da Helisolutions, Rogério Andrade, a demanda pelos serviços da empresa cresceu bastante a partir de abril.

"Depois dessa crise ficou claro que o dinheiro não está fácil", disse. "As pessoas continuam com a mesma necessidade de deslocamento, por causa do trânsito e da violência, e, agora, valorizam muito mais o dinheiro que têm." "O uso compartilhado caiu como uma luva em meio aos altos custos de manutenção de um helicóptero. E vai continuar crescendo", disse Ricardo Nogueira, vice-presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral). Segundo a Abag, a cidade de São Paulo tem a segunda maior frota de helicópteros do mundo, perdendo apenas para Nova York.

Até o ano passado, eram 400. Números da Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero) apontam que, no Brasil, o número de aeronaves até junho chegava a 1.255. Entre eles, 528 foram registrados no Estado de São Paulo. O Rio aparece como o segundo Estado com mais registros, 264, seguido por Minas Gerais, com 124. Andrade calculou os gastos de um cliente interessado em comprar uma parte de um Robinson 44 compartilhado entre dez pessoas.

O preço de aquisição seria de US$ 66.900 mil, ou cerca de R$ 122 mil. As despesas fixas seguro, armazenagem e piloto ficariam em R$ 4.500 por mês, mais cerca de R$ 6.500 para combustível e manutenção. Nesse plano, o cliente tem direito a voar dez horas por mês e o presidente da Helisolutions diz que a disponibilidade de aeronaves é garantida. "Uma pesquisa mostrou que 99% daqueles que possuem helicóptero próprio voam, em média, 100 horas por ano.

Ou seja, com 10 horas por mês cobrimos essa necessidade", disse. Para comprar uma aeronave sozinha, o cliente teria que desembolsar US$ 660 mil (aproximadamente R$ 1,22 milhão) e gastaria, de acordo com Andrade, mais cerca de R$ 30 mil por mês para manter o helicóptero. A Helisolutions possui, atualmente, 16 helicópteros em operação no Brasil, entre propriedades compartilhadas e operações de gestão de aeronaves --outro serviço da companhia, em que o cliente terceiriza a administração da máquina.

Segundo Andrade, a expectativa da companhia é fechar o ano com mais de 20, com crescimento nos dois segmentos. Mas o presidente da companhia afirma que, se a economia se recuperar no ritmo esperado, o crescimento da frota pode chegar a 50% nos próximos anos. "O mercado de helicópteros é um dos primeiros a se reerguer", disse Nogueira, da Abag. "Então a tendência é começar a galgar altos índices de crescimento em 2010. Não só porque o mercado começa a se reaquecer, mas também por causa das novas possibilidades de uso, como a propriedade compartilhada", disse.



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