Dados: Teresina é a capital mais homofóbica do Brasil, diz relatório

A constatação é do Relatório sobre Violência Homofóbica de 2012,divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

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Marinalva Santana | Reprodução
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Relatório sobre Violência Homofóbica de 2012, divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, aponta Teresina como capital brasileira mais homofóbica, apresentando um índice de 15,6 homicídios para pouco mais de 800 mil habitantes.

No ano passado foram registradas 68 denúncias contra homossexuais no estado. Este número é menor que o de 2011, quando foram registrados 107 denúncias, uma redução de 36%. Das 266 mortes computadas, a maior quantidade se dá entre os gays, 188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e 2 bissexuais (1%).

A coordenadora e ativista do Grupo Matizes, Marinalva Santana, observa que estes índices têm atingido esse grau alarmante devido à ineficácia de políticas públicas. ?Penso que o principal fator é a ausência de políticas públicas.

A mão do Estado está presente em todos esses crimes. Veja que no Piauí assistimos a um processo cada vez mais acelerado de desmantelamento das parcas e incipientes políticas públicas que existiam?, analisa.

Segundo a presidente do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTRANS), Maria Laura dos Reis, isso se deve à intolerância da sociedade que ainda não assimilou que a população LGBT merece direitos iguais.

?Isso vem de vários outros fatores, como intolerância religiosa em relação aos homo e transexualismo, sempre vistos como pecado, algo sujo, dentre outras situações.

Entendemos então que a violência cresce por que as pessoas não aceitam serem vistas em pé de igualdade como homo e transexuais, pessoas até então com tantas conotações negativas?, avalia.

Para ela, esta situação só pode ser mitigada através de um processo de conscientização da sociedade, que deve ser iniciado na escola, onde as mentes estão abertas para entender as diferenças.

?Educação é a base de nossa formação pessoal, criar mais campanhas de enfrentamento à homofobia, fazer intervenções nas escolas, com alunos , professores, quebrar estes tabus que ainda existem, falar o assunto abertamente e explicativo, pois as pessoas ainda não abordam o tema de forma sucinta e explícita?, explica.

Numa reunião do GPTRANS, que aconteceu ontem pela manhã no Centro de Referência LGBT, Maria Laura e suas companheiras discutiram essas estatísticas alarmantes e encaminharam ações para reduzir estes índices e combater a transfobia no Piauí.

Ela informa que a primeira atitude do grupo será levar o caso Savana Vogue, que foi assassinada com um tiro no rosto, ao Comitê de Enfrentamento à Homofobia.

A reunião acontecerá amanhã às 14 horas, no espaço do centro de referência LGBT, para que o caso seja acompanhado pelas instituições que compõem o comitê.



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