David Uip pede respeito a Bolsonaro sobre não revelar seu tratamento

David Uip usou a entrevista coletiva do governo estadual nesta quarta-feira para manter seu sigilo se recorreu à hidroxicloroquina para se curar.

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Cobrado nas redes sociais a divulgar se usou hidroxicloroquina em seu tratamento contra a Covid-19, o infectologista e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip, usou a entrevista coletiva do governo estadual nesta quarta-feira para mandar um recado ao presidente Jair Bolsonaro. O médico manteve em sigilo se recorreu à droga para se curar. As informações são do O Globo.

- Senhor presidente, eu respeitei seu direito de não revelar seu diagnóstico. Respeite meu direito de não revelar meu tratamento - afirmou.

Bolsonaro fez exames para detectar se havia sido contaminado pelo novo coronavírus no mês passado e não apresentou cópia do resultado de seu teste. Nesta quarta-feira, o presidente voltou a questionar sem citar nomes se David Uip utilizou a substância para se tratar da doença.

Uip foi diagnosticado com a doença há duas semanas. Nesta segunda-feira, ele retornou ao trabalho e contou que seu quadro clínico evoluiu para uma pneumonia. Ele, porém, não precisou ser internado.

Ontem, começou a circular nas redes sociais uma receita com prescrição da hidroxicloroquina atribuída ao consultório de Uip. Nesta tarde, ele afirmou que teve sua privacidade e a de seus pacientes invadida e que tomará medidas judiciais. Mas não entrou no mérito da veracidade da receita divulgada anonimamente na internet.

- Minha privacidade foi invadida. Tomarei as providências legais para a invasão da minha privacidade e de meus pacientes.

 Aloisio Mauricio/Fotoarena / Agência O Globo 

Em sua defesa, o infectologista disse que recomendou ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, há cerca de duas semanas, o uso da hidroxicloroquina para pacientes internados.

- Eu sugeri ao ministro que ampliasse o uso da cloroquina para todos internados, desde que o médico receitasse, e o paciente autorizasse - disse.

Doria critica 'gabinete do ódio'

Em suas mensagens diárias, o governador direcionou críticas nesta tarde ao chamado "gabinete do ódio" do presidente Jair Bolsonaro _ grupo de apoiadores da ala ideológica do governo. Doria acusou uma "milícia digital" de estar por trás de ataques feitos nas últimas horas a seu coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, David Uip, e ao ministro Luiz Henrique Mandetta, ambos médicos.

- Por uma milícia digital eles são emparedados na tentativa de destruir a reputação e a vida dessas pessoas. Quero deixar meu repúdio e apelo. Precisamos de paz, entendimento, equilíbrio, harmonia e união para vencer a crise do coronavírus. Não é fazendo exércitos de miliciantes internautas que venceremos a crise.

O governador aproveitou para também pedir ao presidente que respeite os médicos e a medicina.

- O senhor veio para São Paulo se tratar, presidente. Foram esses médicos aqui que salvaram a sua vida e agora estão ajudando. Respeite a medicina. Respeite os médicos. O senhor pode precisar deles de novo - disse o governador.

 

 



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