Debate sobre as eleições nas redes sociais é marcado por insultos e até amizades desfeitas

Mas há quem acredite que a amizade será superior a todos os desentendimentos e a partir de amanhã tudo volta ao normal.

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“Discutam, sim, mas com respeito e educação, que dá tudo certo. Ou não”. O conselho está na página do Facebook da estudante de Arquitetura Jaqueline Inagda e se refere às discussões políticas em torno das eleições presidenciais, que acontecem hoje (26). No entanto, não foi isso que fez boa parte dos usuários de redes sociais, nas últimas semanas que antecederam a votação. Ânimos acirrados e intolerância com a opinião do outro deram o tom das trocas de farpas nas redes socais.

A lista de amizades desfeitas e inimigos declarados aumentou na mesma proporção em que se acirrava a disputa presidencial, entre Dilma e Aécio, nesse que foi um dos pleitos mais disputados da história do país. Mas a votação já acontece hoje e, até o final desta noite, nós já saberemos quem governará o Brasil pelos próximos quatro anos.

E diante disso, amanhã tudo volta ao normal? Ou o ciclo de amizades continuará com os mesmos desfalques das últimas semanas? Essas são perguntas que povoam o pensamento daqueles que não conseguiram argumentar de forma mais branda e acabaram tendo que se distanciar de muita gente em consequência disso.

Mas há quem acredite que a amizade será superior a todos os desentendimentos e a partir de amanhã tudo volta ao normal. A estudante de Medicina, Ana Luiza Silva, conta que acredita que não foi excluída e nem bloqueada por nenhum amigo das redes sociais e garante que não excluiu ninguém, mas admite que as discussões tomaram um rumo mais acalorado.

“Não gostei de depoimentos que atacaram estudantes de Medicina e os médicos de forma geral. A crítica, por causa de alguns profissionais, foi generalizada a toda a classe e isso me incomodou e eu retruquei. Mas eu acredito que a partir de amanhã tudo volta ao normal, afinal é normal opinarmos, termos ideias contrárias”, disse.

Para Ana Lara Marques, os desentendimentos da campanha eleitoral são parecidos com aqueles que acontecem em consequências do futebol e, assim com no esporte, dias depois tudo volta ao normal. Mas, mesmo pensando dessa forma, ela disse que, dias antes da votação, decidiu que não faria mais comentários políticos, para evitar desentendimentos com amigos e familiares.

“Eu decidi não fazer mais comentários em grupos de amigos e familiares, pois percebi que não vale a pena perder amizades e se distanciar da família por causa disso. Eu acabei me envolvendo muito nessa campanha e, por isso, eu publiquei muita coisa, o que acabou gerando desentendimentos. Mas acredito que amanhã tudo volta ao normal.

Mas se a minha candidata vencer as eleições, eu vou encher as redes sociais”, brincou.

Se por um lado há os que torcem para terem de volta suas amizades e estão apreensivos por tudo o que foi falado e publicado nas últimas semanas; por outro, há os que respiram aliviados por terem optado pelo silêncio nas redes sociais, quanto a opiniões políticas. Para essas pessoas, a vida segue e as amizades também.

O estudante Alysson Mesquita disse que essa lhe pareceu ser a melhor decisão, diante dos vários desentendimentos que ele presenciou no decorrer da campanha eleitoral, que antecedeu as eleições de hoje. “Quando alguém divulgava ou comentava ideias em favor de um candidato era comum ver, em seguida, alguém com pensamento oposto, defendendo outro candidato e muitas vezes saíam até xingamentos e, por isso, sempre evitei assumir um posicionamento publicamente nestas eleições, pelo receio de causar algum desentendimento”, afirmou.

Jaqueline Inagda tem postura parecida e evitou algumas atitudes, com o objetivo de ficar longe de confusões, nas redes sociais. “Eu tentei não ofender ninguém ao expor minha opinião, nem fazer uso de argumentos preconceituosos. Só comentava quando se tratava de coisas em que julgo que o silêncio geraria desinformação, como no caso do bolsa família. Eu evito dar minha opinião em posts alheios, prefiro fazer isso em publicações próprias. Acho que isso evita conflitos diretos”, pontuou.

As eleições passaram e a lista de amigos está menor

A lista de amigos de muita gente, pelo menos nas redes sociais, ficou menor nas últimas semanas. Se para muitos, as desavenças serão esquecidas, para outros os desentendimentos chegaram a níveis tão elevados, que nem se acredita mais no restabelecimento da amizade. Esse é o caso da pedagoga Bianca Damasceno, ela acredita que muito dificilmente conseguirá ser amiga novamente de algumas pessoas, após desentendimentos nas redes sociais.

“Ainda não excluí ninguém do meu Facebook, mas depois que passarem as eleições pretendo fazer isso. As pessoas confundem democracia e liberdade de expressão com falta de respeito. O fato de vivermos em uma democracia não dá o direito ao outro de invadir o seu Facebook , por exemplo, e postar mensagens agressivas a respeito da sua escolha, como aconteceu várias vezes comigo.

Algumas pessoas que me trataram de forma desrespeitosa já foram cortadas das minhas relações. Não acredito em uma amizade regada a preconceito e desrespeito. Eu confesso que, no início, ignorava tais provocações, mas chega um momento que você tem que reagir, caso contrário fica parecendo que você está sendo conivente com essas injúrias”, relatou.

Já o consultor de vendas Vinícius Casaes afirma que tenta ser menos radical, mas também tomou algumas medidas para evitar o estresse de ver postagens mais agressivas. “Não exclui ninguém, pois acredito que não seja inteligente da minha parte fazer isso. Utilizo o recurso ‘deixar de seguir’. A pessoa continua na sua página de amigos, mas você não visualiza as atualizações dela. Já fiz isso com amigos e até mesmo familiares. Mas já me excluíram, e esta atitude geralmente vem de pessoas com pouco argumento sobre sua escolha política”, afirmou.(P.C.)


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