Deputados pedem vista e decisão que trata da “cura gay” é adiada no país

A matéria foi colocada em pauta pelo presidente da comissão, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Mesmo antes do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) apresentar seu relatório sobre o projeto que trata da ?cura gay?, parlamentares da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara já haviam pedido vistas - manobra que suspende a discussão e votação da matéria até a próxima reunião do colegiado. Desta forma, os deputados só devem votar o projeto de decreto legislativo na semana que vem.

A matéria foi colocada em pauta pelo presidente da comissão, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que desde a indicação para a CDH tem sido alvo de protestos de grupos ativistas pelos direitos humanos, que condenam declarações do parlamentar. Feliciano causou polêmica por suas opiniões consideradas homofóbicas e racistas.

O projeto da ?cura gay? altera uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pretende suspender a vigência desse documento, que proíbe psicólogos de atuarem para mudar a orientação sexual de pacientes e considerar a homossexualidade como doença. Há quase 30 anos, a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças. Em seu relatório, Anderson Ferreira defendeu que a orientação do conselho impede que homossexuais ?mudem? sua orientação com a ajuda de um profissional.

?Essa resolução cerceia a independência e liberdade dos profissionais e o direito da pessoa de procurar um psicólogo e de receber orientação. É direito do paciente procurar atendimento que satisfaça seus anseios. O projeto de decreto legislativo garante o direito ao homossexual a mudar sua orientação sexual e ser acolhido por um profissional?, afirmou o relator durante a leitura do seu parecer, que pede a aprovação da matéria.

Ferreira alegou que a suspensão dos efeitos da resolução terá efeito somente até que haja uma decisão judicial que determine se psicólogos devem ou não ajudar pacientes a ?deixarem? a homossexualidade. Em resposta, o CFP afirmou que os psicólogos estão proibidos de tratar a homossexualidade como doença.

?Estão, sim, proibidos os psicólogos de exercerem qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, e adotarem ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. (...) A norma orienta os profissionais da psicologia a não se pronunciar e nem participar de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica?, defendeu o conselho representativo dos psicólogos em nota.

Depois da apreciação e votação na Comissão de Direitos Humanos, o projeto da "cura gay" ainda será analisado na Comissão de Seguridade Social e Família e na Comissão de Constituição e Justiça.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES