Diabetes mata mais que acidente de trânsito e AIDS no país, diz IBGE

Os dados são alarmantes. Em dez anos o diabetes matou mais de 470 mil pessoas, elevando a taxa de mortalidade de 20,8 para 28,8 casos

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A quantidade de pessoas que morrem vítimas de AIDS e de acidente de trânsito sempre é motivo de espanto. O que a maioria das pessoas não sabe é que uma doença silenciosa e negligenciada por muitos - o diabetes - mata mais do que essas duas coisas juntas.

No ano de 2010, as vítimas fatais de acidente foram 42 mil. De AIDS morreram 12 mil pessoas. Somando os números, temos então a quantidade de pacientes que morreram em decorrência do diabetes no mesmo período, um total de 54 mil vítimas.

O levantamento é do Ministério da Saúde e serve de alerta a quem convive ou tem predisposição para desenvolver a doença.

Em dez anos ? de 2000 a 2010 ? o diabetes matou mais de 470 mil pessoas em todo o Brasil, elevando a taxa de mortalidade de 20,8 para 28,8 casos a cada 100 mil habitantes.

Segundo o endocrinologista Álvaro Regino, os dados chegaram tardiamente ao país. ?No estrangeiro as pessoas sabem disso há muito tempo, mas o Brasil só está se atentando para o problema agora?, afirma o médico.

A boa notícia é que as mortes só acontecem entre os diabéticos que não controlam as taxas de glicose e outros aspectos da saúde que influenciam, como a obesidade.

O perfil das vítimas de diabetes é formado, em sua maioria, por mulheres. Em 2010, morreram 30,8 mil pessoas do sexo feminino e 24 mil do sexo masculino.

A faixa etária mais afetada é acima dos 80 anos. Para fugir dessa estatística, Raimunda Rosa passou a tomar mais cuidado com o controle do diabetes.

?Antes, o médico brigava comigo porque eu não fazia o tratamento. Eu comia até doce escondido, mas um dia percebi que estava enganando só a mim mesma com essa atitude?, conta Raimunda, que tem diabetes há dois anos. Atualmente, ela evita o açúcar, as comidas gordurosas e diminuiu a quantidade de tira-gosto quando está bebendo.

Agora, o motivo da reclamação do médico e dos familiares é em relação ao peso e à necessidade de praticar exercício físico. ?Eu queria saber por onde anda a vergonha na cara, para eu ir atrás dela?, brinca Raimunda.

Crianças também sofrem com o diabetes

Se, para os adultos, é difícil manter a dieta necessária ao controle das taxas de açúcar e gordura no sangue, a situação piora quando o doente é uma criança. Nessa faixa etária, o diabetes tipo 1 é o mais comum.

Predisposição genética e/ou uma doença auto-imune na qual o próprio organismo destrói as células produtoras de insulina, podem explicar o surgimento do diabetes nas crianças.

Outros fatores também contribuem, como a obesidade infantil, associada a uma vida sedentária e aos maus hábitos alimentares.

Alexsandra de França descobriu que o filho - na época com 7 anos - tinha diabetes, quando a criança começou a perder peso, sentir dores de cabeça e vômito.

?Primeiro ele foi diagnosticado com meningite e só depois descobriram que era o diabetes?, conta a mãe. Após quatro anos, o filho de Alexsandra conseguiu controlar as taxas de glicose, aplica insulina diariamente e faz o teste de glicemia três vezes ao dia.

A criança só não se adaptou à dieta rigorosa. ?Tem dias que ele come doce escondido. Mas isso é porque vê todo mundo da idade comendo e tem vontade?, disse a mãe.

Doenças oportunistas e fatores psicológicos afetam o diabético

Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, se for considerado que o diabetes age como fator de risco para outras enfermidades, como câncer e doenças cardiovasculares, o total de mortes se torna ainda maior.

Em 2010, o diabetes esteve associado a 68,5 mil óbitos, ou seja, foi responsável por cerca de 123 mil mortes direta ou indiretamente.

O endocrinologista Álvaro Regino reforça que o diabetes, quando não é tratado, aumenta a incidência de infecção, derrame, infarto, doenças renais e obstrução dos vasos sanguíneos.

Da mesma forma, o psicológico desses pacientes pode ser afetado. ?O diabético tem limitações físicas e alimentares que geram insatisfação. Isso pode contribuir para o surgimento de depressões severas?, afirma o endocrinologista.

A solução de todos esses problemas passa somente pelo controle da doença. Se o diabético fizer a dieta necessária e os exercícios físicos recomendados pelos médicos, certamente vai conseguir viver com saúde.



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