Dilma veta redução de taxas para alimentos da cesta básica e cria grupo de estudos

O veto recebeu críticas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Avalie a matéria:
Dilma Rousseff. | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Entre os vetos da presidenta Dilma Rousseff à lei que amplia o Plano Brasil Maior, publicada nesta terça-feira (18) no Diário Oficial da União, está o que reduziria a zero algumas taxas para produtos da cesta básica. Em vez disso, o governo criou um grupo de trabalho que deve apresentar uma proposta de composição dessa cesta e dos respectivos cortes de tributos.

Em entrevista coletiva, um membro do Ministério da Fazenda disse que o corte de taxas na cesta básica deve acontecer no futuro. "Há o compromisso de haver a desoneração [corte de tributos] dos produtos da cesta básica. A desoneração vai ocorrer", disse o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira.

Convertida para a Lei 12.715, a Medida Provisória (MP) 563, do Plano Brasil Maior, propunha cortar tributos --do pagamento de Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)-- dos alimentos que compõem a cesta básica, entre diversos outros produtos.

Fiesp critica veto

O veto recebeu críticas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De acordo com a entidade, os benefícios dessa desoneração atenderiam, em especial, um grupo de famílias que utilizam mais de 30% da sua renda para a compra de alimentos.

Pelos estudos da Fiesp, essas pessoas representam 70% das famílias brasileiras.

?A desoneração seria o primeiro passo para corrigir uma grande distorção que contraria as próprias políticas sociais do governo federal: as famílias menos abastadas pagam proporcionalmente três vezes mais tributos do que aquelas com maior renda?, diz em nota a entidade.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, declarou que o governo está no rumo certo quando faz desonerações na folha de pagamento de vários setores e veta as modificações no conceito de receita bruta que reduziriam o efeito dessas desonerações.

?Mas erra ao não aliviar os alimentos da cesta básica?, ponderou.

?O governo deixa de dar o exemplo aos Estados, ao não desonerar os tributos que dependem exclusivamente do ato do Executivo Federal?, completou Skaf.

Medidas têm sido anunciadas para tentar aquecer economia na crise

O governo tem adotado medidas para tentar combater os efeitos da crise econômica.

Na quinta-feira (13), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a ampliação do corte de impostos trabalhistas, incluindo 25 setores que vão pagar menos taxas, para reduzir os custos de funcionários. Em abril, o governo já havia isentado 15 setores.

Na terça-feira passada (11), a presidente Dilma Rousseff reafirmou a informação de que a conta de luz vai cair de 16,2% (para consumidores residenciais) a até 28% (para indústrias), em média, no início de 2013, e ainda disse que essa queda pode ser maior.

Ao reduzir o custo da luz para indústrias, também alivia sua capacidade de investimento e gerar empregos.

No fim de agosto, o governo decidiu prorrogar o desconto de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na compra de carros, geladeiras, fogões, lavadoras, móveis e material de construção. A previsão era que a redução do IPI de carros e eletrodomésticos terminasse no dia 31 de agosto. O desconto para carros foi prorrogado por mais dois meses e vai até 31 de outubro deste ano.

Outros setores também tiveram o IPI reduzido por mais tempo. A alíquota sobre os fogões, que pagavam 4% de IPI, continua zerada. O imposto foi reduzido de 15% para 5% para as geladeiras e de 20% para 10% para as máquinas de lavar. A alíquota sobre tanquinhos, que era 10%, também caiu para zero. O desconto para eletrodomésticos da linha branca foi prorrogado até 31 de dezembro deste ano. A medida já foi prorrogada para o setor duas vezes, a última delas em junho, e resultou em aumento de vendas. Essa foi é a terceira prorrogação.

A isenção para móveis, painéis e laminados, que iria até setembro, também foi prolongada até 31 de dezembro.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES