Transferência do HUT para HGV cresce quase 40%, afirma Clara Leal

Ainda assim esse índice é considerado pequeno, uma vez que a demanda do HUT é muito grande.

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HGV | Número de pacientes transferidos do HUT está aumentando, mas a demanda do hospital municipal ainda é muito grande | Reprodução Jornal MN
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A diretora do Hospital de Urgências de Teresina (HUT), Clara Leal, mostrou dados numéricos que dimensionam a realidade atual das transferências da unidade para o Hospital Getúlio Vargas (HGV). Em 2010, o HUT encaminhou 1.213 pacientes para o HGV, número que saltou para 1.686 transferências em 2011, configurando um aumento de 38,9%.

No entanto, a diretora considera que o número ainda é insuficiente para ajudar a desafogar o hospital de urgências. “Isso ainda é pouco diante da nossa necessidade. Afinal de contas, só em 2011 atendemos a um total de 73.414 pessoas”, disse ela.

Ainda de acordo com Clara, um Termo de Ajuste de Condutas (TAC) assinado em dezembro do ano passado junto aos hospitais regionais e estaduais de referência determinou que essas unidades não enviem mais ao HUT doentes que não precisem necessariamente de tratamento de urgência.

“Isso nos permitiu diminuir cerca de 20 pacientes que ficariam em macas”, explicou a diretora. As informações foram mostradas por Clara Leal durante uma reunião realizada na manhã de ontem na sede do Conselho Estadual de Saúde, para discutir as demandas dos maiores hospitais públicos da capital.

Participaram representantes da Sesapi, juntamente com membros da Fundação Municipal de Saúde e integrantes do Conselho Estadual de Saúde. O HUT registrou um aumento ainda maior de transferências de pacientes para o Hospital da Polícia Militar (HPM): foram 1.469 em 2011 contra apenas 480 em 2010.

Clara Leal fez críticas ao funcionamento da central de regulação de leitos, que diariamente faz captação de vagas em 10 unidades de saúde da FMS (incluindo o HUT), no HGV e nas UTIs dos demais hospitais cadastrados no sistema.

“Esse serviço é feito por telefone, o que demonstra uma certa fragilidade, já que muitos hospitais deixam de informar leitos vagos à central. Ou seja, esse tipo de serviço, que realiza buscas por vagas pelo menos três vezes ao dia, ainda é incipiente. Precisamos melhorar bastante o funcionamento dessa central”, explicou a diretora.

Já o gerente de regulação da FMS, José Hércules da Cunha, afirmou que o déficit de UTIs da capital é de pelo menos 92 leitos. “Enquanto isso, temos 21 leitos de tratamento intensivo no Hospital Universitário, por exemplo, dotados de tecnologia de última geração, mas que ainda não funcionam”, exemplificou o gerente. Hércules disse ainda que o HGV poderia absorver mais pacientes do SUS.

“HGV não pode ser transformado em hotel”, argumenta diretor

Diante da cobrança de que o Hospital Getúlio Vargas poderia estar desempenhando um papel mais completo na tarefa de receber mais pacientes, o diretor da unidade, Carlos Iglezias, argumentou que uma série de peculiaridades impedem que o HGV possa absorver ainda mais pessoas.

“Na época da inauguração do HUT, nossas equipes de plantonistas foram deslocadas para que o hospital pudesse entrar em funcionamento. Com isso, ficamos fundamentalmente com profissionais que mantêm uma rotina de 20 horas semanais de trabalho, ou seja, não fazem plantões”.

Ainda de acordo com Iglezias, o número de pacientes recebidos do HUT não pode ser considerado baixo, já que dos 1.036 pacientes ortopédicos operados no ano passado no Hospital Getúlio Vargas 641 vieram do Hospital de Urgências de Teresina, enquanto apenas 395 eram oriundos do próprio ambulatório do HGV.

“Nosso número de cirurgias é mais baixo que o de outras unidades porque somos especializados na parte de média e alta complexidade, e essas cirurgias demandam mais tempo, demorando, em média, de quatro a cinco horas”.

O diretor apontou ainda que a fila de espera de pacientes do ambulatório do HGV atualmente é de 2.965 pessoas. “Não podemos nos comprometer em receber cada vez mais pacientes e deixar que o HUT acabe virando um hotel, no qual as pessoas chegam, são internadas e não sabem o dia em que serão operadas”.

O gestor apontou também que, por conta do excesso de pacientes ortopédicos, as outras clínicas do HGV acabam ficando prejudicadas.

“A ortopedia tinha 20 leitos, e hoje tem 52. É a única clínica do nosso hospital que dispõe de duas salas de cirurgia exclusivas. No entanto, somos um hospital de aprendizado, o que exige que também mantenhamos diversas outras clínicas que possuem um número menor de pacientes. Não podemos deixar de dar atenção para essas outras clínicas. Além disso, uma Lei Federal obriga o HGV a destinar, em breve, pelo menos 10% dos leitos do hospital para tratamento psicossocial”.



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